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DESPERDÍCIO 2
Prédios abrigam bares, e linha férrea sem utilização é invadida por patos, cavalos e até flores
Estação vira boteco e trilhos, pasto
do enviado especial
As antigas estações da ferrovia
turística Pedregulho-Rifaina estão sendo transformadas até em
bares e parte da malha férrea virou "pasto" para animais como
cavalos, patos e galinhas.
Em Pedregulho, a estação da cidade passou a acomodar dois bares. O trecho de trilhos da plataforma de embarque foi cimentado e passou a ser denominado rua
Capitão Elias Moreira.
A menos de 100 metros da estação, uma rotunda (equipamento
utilizado para manobrar a maria-fumaça) está se deteriorando a
pleno céu aberto.
Na estação Chapadão, a cerca
de cinco quilômetros da estação
de Pedregulho, a imagem de
abandono é ainda maior.
No local, foi construído um
complexo de casas, que abrigaria
restaurantes e lanchonetes, que
nunca chegou a funcionar. A estação também contava com uma
capela, uma área de playground e
com o barracão de manutenção
dos vagões, que estão sendo encobertos pelo mato.
Em vários trechos, os trilhos foram interrompidos por mourões
das fazendas vizinhas e o pátio entre a antiga estação e o complexo
de restaurantes está sendo utilizado na secagem de café.
Em Igaçaba, distrito de Pedregulho onde nasceu o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), a
deterioração também é grande.
A estação está localizada no Parque Ecológico do Bom Jesus, que
é considerado o principal ponto
turístico da região. As atrações do
local contam com várias grutas,
cachoeiras e riachos.
Outro ponto de visitação é a casa onde nasceu Quércia. O local
costuma ser visitado com frequência.
O trabalhador rural Edmar
Cândido, 25, que trabalha próximo à estação, critica o abandono.
"Está tudo abandonado, o pessoal vive reclamando. O passeio
de trem atraía muitas pessoas de
fora e era bom para a cidade", disse Cândido.
Ao contrário das demais estações, o prédio em Rifaina está em
perfeito estado de conservação e
até a semana passada abrigava a
sede da prefeitura.
"Estávamos ocupando o prédio
enquanto o Paço Municipal era
reformado", afirma Fernando
Augusto Rodrigues, diretor do
Departamento do Turismo.
Para conservar o local, a Prefeitura de Rifaina também mantém
um caseiro que é responsável pela
manutenção e vigilância. Essa estrutura gera um custo mensal
aproximado de R$ 1.200.
"O valor é baixo em relação ao
benefício", diz Rodrigues.
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