Ribeirão Preto, Domingo, 30 de Abril de 2000


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DESPERDÍCIO 2
Prédios abrigam bares, e linha férrea sem utilização é invadida por patos, cavalos e até flores
Estação vira boteco e trilhos, pasto


do enviado especial

As antigas estações da ferrovia turística Pedregulho-Rifaina estão sendo transformadas até em bares e parte da malha férrea virou "pasto" para animais como cavalos, patos e galinhas.
Em Pedregulho, a estação da cidade passou a acomodar dois bares. O trecho de trilhos da plataforma de embarque foi cimentado e passou a ser denominado rua Capitão Elias Moreira.
A menos de 100 metros da estação, uma rotunda (equipamento utilizado para manobrar a maria-fumaça) está se deteriorando a pleno céu aberto.
Na estação Chapadão, a cerca de cinco quilômetros da estação de Pedregulho, a imagem de abandono é ainda maior.
No local, foi construído um complexo de casas, que abrigaria restaurantes e lanchonetes, que nunca chegou a funcionar. A estação também contava com uma capela, uma área de playground e com o barracão de manutenção dos vagões, que estão sendo encobertos pelo mato.
Em vários trechos, os trilhos foram interrompidos por mourões das fazendas vizinhas e o pátio entre a antiga estação e o complexo de restaurantes está sendo utilizado na secagem de café.
Em Igaçaba, distrito de Pedregulho onde nasceu o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), a deterioração também é grande.
A estação está localizada no Parque Ecológico do Bom Jesus, que é considerado o principal ponto turístico da região. As atrações do local contam com várias grutas, cachoeiras e riachos.
Outro ponto de visitação é a casa onde nasceu Quércia. O local costuma ser visitado com frequência.
O trabalhador rural Edmar Cândido, 25, que trabalha próximo à estação, critica o abandono.
"Está tudo abandonado, o pessoal vive reclamando. O passeio de trem atraía muitas pessoas de fora e era bom para a cidade", disse Cândido.
Ao contrário das demais estações, o prédio em Rifaina está em perfeito estado de conservação e até a semana passada abrigava a sede da prefeitura.
"Estávamos ocupando o prédio enquanto o Paço Municipal era reformado", afirma Fernando Augusto Rodrigues, diretor do Departamento do Turismo.
Para conservar o local, a Prefeitura de Rifaina também mantém um caseiro que é responsável pela manutenção e vigilância. Essa estrutura gera um custo mensal aproximado de R$ 1.200.
"O valor é baixo em relação ao benefício", diz Rodrigues.



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