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Taxa de doação de órgãos na cidade de SP é a maior da história
Índice supera o dos EUA; no Estado de SP, o aumento de órgãos doados foi de 63,7% no primeiro semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de doação de órgãos na
cidade de São Paulo foi a maior
da história no primeiro semestre deste ano, ultrapassando a
média histórica dos EUA.
De janeiro a junho, foram registradas 28,3 doações por milhão de habitantes contra um
índice de 18,7 verificado no
mesmo período de 2008. Em
números absolutos, as doações
passaram de 103 para 155.
Nos EUA, a taxa média é de
27 doadores por milhão de habitantes. Ela só perde para a da
Espanha, país modelo em doação e captação -40 doadores
por milhão de habitantes. No
Estado de São Paulo, o índice é
de 16 e, no Brasil, de 6,8.
Apesar do otimismo nos números, as filas de espera por órgãos ainda são extensas e não
há expectativa de redução drástica a curto prazo. Segundo a
central estadual de transplantes, entre 60 mil e 70 mil pessoas esperam um órgão.
Os resultados do desempenho de São Paulo constam em
balanço divulgado ontem pela
Secretaria de Estado da Saúde,
que aponta um crescimento de
63,7% no número de doadores
de órgãos no Estado de São
Paulo nos primeiros seis meses
deste ano -352 doações contra
215 no mesmo período de
2008, segundo a secretaria.
Para o coordenador da Central de Transplantes, Luiz Augusto Pereira, o aumento de
doadores se deve, principalmente, a uma maior capacitação dos profissionais de saúde
em identificar potenciais doadores de órgãos. "O índice de
recusa continua o mesmo, em
torno de 30%. O que mudou foi
a melhoria da formação de recursos humanos."
Entre as iniciativas, há um
novo projeto que aprimorou o
trabalho de captação. Médicos
que já trabalham em 31 hospitais da rede estadual paulista
foram nomeados coordenadores de doação e transplante.
Esses profissionais têm a
função de identificar pacientes
que possam ser potenciais doadores e acompanhar o processo
de realização de exames para
viabilizar a doação. Pelo serviço, recebem uma remuneração
extra de R$ 4.000 por mês.
Os médicos são indicados pela direção dos hospitais e treinados pela secretaria. Em geral,
são intensivistas ou neurologistas, escolhidos por terem
bom relacionamento com os
demais profissionais e conhecimento das rotinas dentro dos
hospitais estaduais.
"Eles realizam visitas diárias
a setores como as UTIs e pronto-socorro e verificam a existência de pacientes com suspeita de morte encefálica, monitoram a realização de exames clínicos, conversam com os chefes de equipe", explica Pereira.
A cada notificação de potencial doador feita pelo hospital
participante do projeto, uma
mensagem é enviada automaticamente ao celular do médico
da central de transplantes responsável pelo projeto, que
acompanha todo o processo.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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