São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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TERETETÉ

Janea Padilha, inventora do "Brazilian Wax", e suas verdades universais

por TETÉ RIBEIRO

TIPO EXPORTAÇÃO
A depiladora janea padilha, criadora do método "brazilian wax", lança livro de auto-ajuda baseado em conselhos que dá a clientes estreladas

A depiladora brasileira Janea Padilha, uma das J. Sisters, do salão de mesmo nome em Nova York, acaba de lançar nos EUA um livro de auto-ajuda chamado "Brazilian Sexy: Secrets to Living a Gorgeous and Confident Life" (brasileiras sexy: segredos para uma vida bela e autoconfiante, ed. Penguin), com a escritora americana Martha Frankel. A criadora do "Brazilian Wax" –estilo de depilação que deixa a virilha cavada, apenas com um "bigodinho de Hitler" na frente– tem o hábito de conversar e dar conselhos entre uma arrancada e outra da cera que vende para salões dos Estados Unidos. "Não pude patentear o nome porque não se patenteia nada com o nome de um país, então patenteei a cera", contou em entrevista por telefone.
O livro não está nas lista de best-sellers, mas ficou esgotado por 24 horas na Amazon. "Parece que isso quer dizer que é sucesso", comemorou Janea. Seu próximo alvo são os homens. Vem aí o "sunga wax".

No livro, você conta histórias de clientes que vão fazer filmes e fotos. São modelos e atrizes?
A maioria. O salão vive cheio de celebridades. Algumas nem moram em Nova York, mas chegam à cidade e vão correndo se depilar com a gente.

Que clientes famosas inspiraram essas histórias?
As clientes não inspiraram nada, eu é que as inspiro com meus conselhos. A Gwyneth Paltrow, por exemplo, é minha cliente há anos e tem uma história no livro. Ela ia fazer um filme com um ex-namorado e estava muito insegura se ia dar certo, e eu a aconselhei a fazer o trabalho com dignidade. Se tivesse que beijar, beijar mesmo; se tivesse que abraçar, abraçar com vontade.

Quem mais tem história no livro?
A Naomi Campbell está em várias, porque a vida dela é muito atribulada e ela sempre pede conselhos para tudo, tanto nos envolvimentos românticos como nos assuntos profissionais. Eu sempre disse para ela parar com esse negócio de "modelismo" e investir em outra coisa, porque essa carreira não dura muito.

Há quanto tempo está nos EUA?
Faz 28 anos. E tenho 55. Quando vim, já tinha bastante experiência como depiladora.

A "brazilian wax", o estilo de depilação que você criou, fez sucesso nos EUA muito antes de pegar no Brasil?
Eu criei a "brazilian wax" bem antes de vir para Nova York, quando ainda morava no Espírito Santo. Fiz em mim mesma antes de testar em outra mulher. No começo, nem minhas irmãs queriam saber, tive que insistir muito até alguém deixar. Aos poucos, eu comecei a convencer as depiladoras, que perceberam logo como a sensação depois é boa, de limpeza total, e como até o sexo fica mais prazeroso. Os namorados e maridos sempre adoram.

É que no dos outros nunca dói, né?
Mas você sabe que já tem muitos homens fazendo essa depilação? Já criei o "sunga wax".

Eles não ficam com vergonha?
A posição para fazer o "brazilian wax" é, bem, digamos, reveladora. Pois é, tem que tirar toda a roupa e deixar as pernas bem abertas. Mas eu sou profissional, não fico olhando para o que não é da minha conta. Os homens deitam na cama, sem nada, colocam uma perna no meu ombro e apoiam a outra na parede, e eu vou à luta.

E com eles também dá para falar da vida pessoal, mesmo com documentos à mostra?
Eu sou muito falante então pergunto mesmo, dou meus conselhos. No nosso salão, 1/3 dos clientes já é de homens. E a maioria é heterossexual. Eu sei porque converso com eles.

E o que você acha que vai ter para dizer aos homens?
Os homens são mais parecidos com as mulheres do que a gente pensa. Têm os mesmos medos, as mesmas vergonhas. Mas uma coisa é universal: não tem quem não fique melhor sem pelo na bunda.

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