São Paulo, Domingo, 19 de Dezembro de 1999 |
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PAULO NAVES free-lance para a Folha Em tempos de baixo faturamento, a vitrine deve entrar na tática do lojista que batalha para aumentar o movimento na loja. Além de expor o produto, a fachada serve para chamar a atenção da clientela e colocar a marca na cabeça dos consumidores. "O investimento em vitrines está se tornando uma obrigatoriedade no concorrido mercado de varejo", afirma Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (associação de lojistas de shoppings), que conta com 3.000 associados. Ao estimular o apelo emocional do cliente, diz ele, a vitrine atrai o consumidor para dentro da loja e influencia as vendas. "As pessoas compram muito por impulso." A fachada, além de divulgar os produtos, funciona como propaganda da marca. "O importante é mostrar o que a empresa é. Na verdade, a vitrine acaba servindo como um cartão de visitas", diz. Os lojistas têm um gasto médio de, pelo menos, R$ 2.000 por mês na decoração de vitrines, segundo Sahyoun. "Pode até ser caro, mas dá um resultado positivo para a marca", justifica. Na opinião da empresária Jacqueline Abbud, dona da loja Companhia da Seda, especializada em moda feminina, o investimento na contratação de um vitrinista "é compensador e muito fácil de perceber no caixa". Com uma rede de cinco lojas, ela gasta cerca de R$ 3.000 na decoração das vitrines, que são trocadas em intervalos de dois meses. "As lojas investem cada vez menos, tornando a vitrine um diferencial muito marcante", afirma Jacqueline. Marketing e estética Segundo o vitrinista da Companhia da Seda, Luiz Travassos, que trabalha no ramo há 16 anos, não basta habilidade manual para compor uma vitrine. "Precisa ter conhecimento de marketing para aliar estética e venda", diz. De acordo com a vitrinista Sylvia Demetresco, que atua no mercado desde 82, a fórmula de uma boa fachada é simples: poucos produtos, troca constante e bastante luz. Com uma tese de doutorado e dois livros publicados sobre o assunto, Sylvia diz que as vitrines são uma forma eficiente de propaganda, divulgando os produtos e o nome da loja. "É uma das mídias mais baratas que existe. Mas, em tempos de crise econômica, as lojas não fazem vitrines. E essa deveria ser a hora de investir", afirma. Próximo Texto: Pesquisa: "Morte" atinge 56% das empresas no 3º ano Índice |
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