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PESQUISA
"Morte" atinge 56% das empresas no 3º ano
CYNTIA FARABOTTI
free-lance para a Folha
A média de pequenas empresas
que fecham as portas após três
anos de atividade chega a 56% no
Estado de São Paulo, segundo
pesquisa realizada pelo Sebrae-SP
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) e
pela Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
A taxa de "mortalidade" das
empresas paulistas atinge 35% no
primeiro ano de atividade, contra
46% no segundo.
O estudo foi realizado entre
1998 e 1999, com um total de 3.000
empresas que foram abertas em
1995, 1996 e 1997.
Além disso, foram feitas entrevistas qualitativas com 509 empresas das 3.000 pesquisadas. Os
questionários foram respondidos
em junho e julho deste ano.
De acordo com Marco Aurélio
Bedê, 34, coordenador de pesquisas econômicas do Sebrae-SP, o
fechamento das pequenas empresas se deve, na maioria das vezes,
à falta de experiência dos empreendedores no ramo, falta de
planejamento e descuido no caixa
-veja quadro ao lado.
"É claro que não podem ser
analisados apenas pontos estruturais. Fatores econômicos como
recessão, pequeno capital de giro
e excesso de carga tributária também prejudicam os candidatos a
empresários", explica Bedê.
Para Fernando Leça, 59, superintendente do Sebrae-SP, o principal objetivo do estudo é desmistificar o índice de 80% de fechamento das empresas de São Paulo
no primeiro ano de atividade.
"Esse número, amplamente divulgado, não é verdadeiro. O estudo prova isso", comenta.
Comércio lidera
A pesquisa também dividiu as
empresas por setor de atividade.
O comércio lidera os índices de
falência -39% fecham no primeiro ano, 51%, no segundo, e
59%, no terceiro.
"É muito mais fácil abrir ou fechar um negócio no comércio. Se
alguém instala uma loja em um
bairro e começa a dar certo, aparecem muitas outras iguais. É um
setor de grande rotatividade."
As áreas de indústria e serviços
seguem em segundo e terceiro lugares, respectivamente, como as
que mais fecham unidades.
Além dos setores de atividade,
foram estudadas também as taxas
de "mortalidade" para duas regiões do Estado: a metropolitana
de São Paulo e o interior. Não foram detectadas discrepâncias entre os dados das regiões.
Entre as empresas há três anos
em funcionamento, a diferença é
mínima: na região metropolitana,
56% fecharam, contra 55% no interior. As unidades com um ano
de vida apresentaram taxa de 35%
nas duas regiões.
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