São Paulo, Domingo, 19 de Dezembro de 1999



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PESQUISA
"Morte" atinge 56% das empresas no 3º ano

CYNTIA FARABOTTI
free-lance para a Folha

A média de pequenas empresas que fecham as portas após três anos de atividade chega a 56% no Estado de São Paulo, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A taxa de "mortalidade" das empresas paulistas atinge 35% no primeiro ano de atividade, contra 46% no segundo.
O estudo foi realizado entre 1998 e 1999, com um total de 3.000 empresas que foram abertas em 1995, 1996 e 1997.
Além disso, foram feitas entrevistas qualitativas com 509 empresas das 3.000 pesquisadas. Os questionários foram respondidos em junho e julho deste ano.
De acordo com Marco Aurélio Bedê, 34, coordenador de pesquisas econômicas do Sebrae-SP, o fechamento das pequenas empresas se deve, na maioria das vezes, à falta de experiência dos empreendedores no ramo, falta de planejamento e descuido no caixa -veja quadro ao lado.
"É claro que não podem ser analisados apenas pontos estruturais. Fatores econômicos como recessão, pequeno capital de giro e excesso de carga tributária também prejudicam os candidatos a empresários", explica Bedê.
Para Fernando Leça, 59, superintendente do Sebrae-SP, o principal objetivo do estudo é desmistificar o índice de 80% de fechamento das empresas de São Paulo no primeiro ano de atividade. "Esse número, amplamente divulgado, não é verdadeiro. O estudo prova isso", comenta.

Comércio lidera
A pesquisa também dividiu as empresas por setor de atividade. O comércio lidera os índices de falência -39% fecham no primeiro ano, 51%, no segundo, e 59%, no terceiro.
"É muito mais fácil abrir ou fechar um negócio no comércio. Se alguém instala uma loja em um bairro e começa a dar certo, aparecem muitas outras iguais. É um setor de grande rotatividade."
As áreas de indústria e serviços seguem em segundo e terceiro lugares, respectivamente, como as que mais fecham unidades.
Além dos setores de atividade, foram estudadas também as taxas de "mortalidade" para duas regiões do Estado: a metropolitana de São Paulo e o interior. Não foram detectadas discrepâncias entre os dados das regiões.
Entre as empresas há três anos em funcionamento, a diferença é mínima: na região metropolitana, 56% fecharam, contra 55% no interior. As unidades com um ano de vida apresentaram taxa de 35% nas duas regiões.




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