São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 1999

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"NEGÓCIOS DA MODA"
Crise ameaça comércio de preço único

free-lance para Folha

A estabilidade da moeda foi determinante para o surgimento de um tipo de varejo que oferece, a um preço único, utilidades domésticas, ferramentas, artigos para presentes e outros: as lojas de R$ 1 ou de R$ 1,99.
"Há dois anos, era um negócio da China", brinca o dono da Preço Único R$ 1, José Ferreira Egea, 45, referindo-se ao fato de grande parte das mercadorias comercializadas ser de origem chinesa.
Na sua loja, contudo, Egea só vende produtos nacionais.
"Para driblar a forte concorrência, preferimos diminuir a margem de lucro e oferecer mais qualidade. Muitos produtos importados são inutilidades domésticas."
Soma-se a esse conselho o sério risco de as mercadorias estrangeiras sofrerem altos reajustes devido à desvalorização do real.

Variantes A loja de Egea, de R$ 1, é uma variante do comércio pioneiro de R$ 1,99, que chegou ao país em 96, com a inauguração dos primeiros pontos no Rio Grande do Sul.
O faturamento vem mais pela quantidade de produtos vendidos do que pela margem de lucro sobre o preço final.
Esse percentual varia de 10% a 40%. Já a média diária de vendas varia de 500 a 1.500 peças, dependendo do tamanho da loja.
Conhecer bons fornecedores e conseguir descontos nas compras são exigências fundamentais.
O problema é que, no início, nem todos dispõem disso, devido ao boicote imposto aos novos lojistas.
Isso ocorre porque os empresários mais antigos costumam fechar contratos de exclusividade com seus fornecedores.
Quem está fora do contrato dificilmente consegue bons preços e mercadorias diferenciadas.
Atender a esse grupo "marginalizado" foi o objetivo do casal Leonice, 42, e Lorival Martini, 45, que há cinco meses montou a Loro -loja de preço único no atacado.
"Para isso, precisamos ficar atentos aos menores preços e oferecer produtos diferentes para estimular a volta dos clientes", diz Martini.

Mercado Uma loja de preço único requer um investimento a partir de R$ 20 mil, fora o aluguel do ponto.
Esse valor inclui estoque para os 15 primeiros dias, gôndolas e outras instalações -para uma unidade de 100 m2.
Instalar um circuito de TV interno, para evitar furtos, também é aconselhável.
O setor está em fase de seleção e, segundo os próprios lojistas, somente os mais bem preparados sobreviverão no mercado.

Loro: (011) 9135-0833; Preço Único R$ 1: (011) 6944-7822.



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