Adriana Zehbrauskas

Devotos levam várias oferendas, como uma cesta com flores, bonecas, bijuterias e um bolo, para oferecer a Iemanjá no dia 2 de fevereiro

da enviada especial a Salvador

Entre os mais de 200 orixás (santo, em iorubá ou nagô) existentes no candomblé, Iemanjá é sem dúvida o mais popular. Orixá feminino, seu nome em nagô -Yeyé omo ejá- significa mãe dos peixes, e sua saudação é "odô ia", que quer dizer mãe do rio.
Segundo a tradição, Iemanjá seria a filha de Olocum (o deus do mar), que lhe teria dado uma garrafa contendo uma poção mágica, com a recomendação de quebrá-la em caso de extremo perigo.
Quando Iemanjá deixou o reino de Ifé, Olofun, que era o rei, mandou um exército para capturá-la. Encurralada, Iemanjá quebrou a garrafa e na mesma hora nasceu um rio, levando-a de volta ao mar de Olocum, seu pai. Daí a importância do mar na festa de Iemanjá.

Glossário
Para mergulhar no mundo dos orixás, nada melhor do que ampliar os conhecimentos sobre esse mundo mágico. Saiba que axé significa poder e força espiritual. Banzo é a saudade da África, que causava morte entre os escravos negros. A palavra babalorixá designa sacerdote, pai-de-santo.
O candomblé é o local onde se cultuam os orixás; designa o ritual. A pessoa que fica sob o transe do orixá é chamada de cavalo.
Dadá é o patrono das crianças recém-nascidas. Ebó é a oferenda de comida. Fatumbi, por sua vez, é o título do sacerdote de Xangô.
Filho-de-santo é a pessoa que pertence ao ritual e que recebe o orixá em transe. Ialorixá é sacerdotisa, mãe-de-santo. Ilê, que aparece até em nome de música, é o orixá protetor da casa, sinônimo de domicílio. A macumba é o ritual dos orixás; na América Hispânica, recebe o nome de "santeria".
(ADRIANA ZEHBRAUSKAS)


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