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ÁFRICA DO ALTO
No terceiro dia, destaque é visita a comunidade himba
Grupo soma 12 mil pessoas no país
DO ENVIADO ESPECIAL À NAMÍBIA
Depois de dois dias de paisagens inóspitas, a principal programação do terceiro dia é conhecer o povo mais distinto da
Namíbia. A cerca de 15 km do
Purus Camp fica uma pequena
comunidade himba, grupo seminômade -cerca de 12 mil
pessoas- que vive espalhado
em Kaokeveld e Kunene, as
mais remotas regiões do país.
Ao chegar ao local, a impressão é de que o tempo por ali parou. São 12 cabanas que formam um círculo onde vivem
cerca de 20 pessoas. Isolados,
os himbas vivem de seus rebanhos caprinos e bovinos.
As mulheres são de uma beleza escultural. Conhecidas
principalmente pela gordura
ocre avermelhada que passam
no corpo para proteger a pele
dos rigores do clima desértico,
elas fazem longas tranças no
cabelo, todas cobertas com a
mesma gordura. As poucas roupas são de pele de cabra.
Apesar da timidez no início
do contato, os himbas logo
abrem o sorriso para as fotos e
fazem questão de mostrar suas
condições de vida. E ficam muito mais surpresos e animados
quando se veem na telinha da
câmera digital.
Durante o ano, eles mudam
de lugar em busca de pasto para
os animais, mas sempre voltam
ao ponto de origem. Por esse
motivo, é importante não entrar em uma casa himba, mesmo que ela pareça abandonada.
Para visitá-los, é recomendável contar com um guia local.
Ele explicará a cultura do povo
e, principalmente, cuidará da
comunicação, já que os himbas
falam em dialeto próprio.
Depois da visita e da pausa
para almoçar, é retomado o
passeio. A próxima parada é no
extremo norte do país, na divisa com a Angola. O teco-teco
pousa num campo amarelado
onde o sinal de vida são pegadas
de animais no chão arenoso.
Em seguida, o jipe percorre
uma trilha que leva ao enorme
descampado da região do vale
Hartmann. São cerca de 40 minutos até a chegada ao Kunene
Camp, que fica à beira do rio de
mesmo nome. Durante o percurso, a tranquilidade da paisagem solitária dá lugar a descidas íngremes.
Mais tarde, ao chegar ao
acampamento, o visitante tem
a impressão de que se ausentou
do mundo. Lá não há internet,
telefone, energia elétrica e outras "modernidades".
(DANILO VERPA)
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