São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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ÁFRICA DO ALTO

No terceiro dia, destaque é visita a comunidade himba

Grupo soma 12 mil pessoas no país

DO ENVIADO ESPECIAL À NAMÍBIA

Depois de dois dias de paisagens inóspitas, a principal programação do terceiro dia é conhecer o povo mais distinto da Namíbia. A cerca de 15 km do Purus Camp fica uma pequena comunidade himba, grupo seminômade -cerca de 12 mil pessoas- que vive espalhado em Kaokeveld e Kunene, as mais remotas regiões do país.
Ao chegar ao local, a impressão é de que o tempo por ali parou. São 12 cabanas que formam um círculo onde vivem cerca de 20 pessoas. Isolados, os himbas vivem de seus rebanhos caprinos e bovinos.
As mulheres são de uma beleza escultural. Conhecidas principalmente pela gordura ocre avermelhada que passam no corpo para proteger a pele dos rigores do clima desértico, elas fazem longas tranças no cabelo, todas cobertas com a mesma gordura. As poucas roupas são de pele de cabra.
Apesar da timidez no início do contato, os himbas logo abrem o sorriso para as fotos e fazem questão de mostrar suas condições de vida. E ficam muito mais surpresos e animados quando se veem na telinha da câmera digital.
Durante o ano, eles mudam de lugar em busca de pasto para os animais, mas sempre voltam ao ponto de origem. Por esse motivo, é importante não entrar em uma casa himba, mesmo que ela pareça abandonada.
Para visitá-los, é recomendável contar com um guia local. Ele explicará a cultura do povo e, principalmente, cuidará da comunicação, já que os himbas falam em dialeto próprio.
Depois da visita e da pausa para almoçar, é retomado o passeio. A próxima parada é no extremo norte do país, na divisa com a Angola. O teco-teco pousa num campo amarelado onde o sinal de vida são pegadas de animais no chão arenoso.
Em seguida, o jipe percorre uma trilha que leva ao enorme descampado da região do vale Hartmann. São cerca de 40 minutos até a chegada ao Kunene Camp, que fica à beira do rio de mesmo nome. Durante o percurso, a tranquilidade da paisagem solitária dá lugar a descidas íngremes.
Mais tarde, ao chegar ao acampamento, o visitante tem a impressão de que se ausentou do mundo. Lá não há internet, telefone, energia elétrica e outras "modernidades".
(DANILO VERPA)


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