|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DE FRENTE PARA O MAR
Passeio a bordo de "off road" sai de Fortaleza e vai até Jericoacoara, passando por vilas e falésias
Viagem à beira-mar reúne prazer e cansaço
ROGÉRIO CASSIMIRO
ENVIADO ESPECIAL AO CEARÁ
Ceará, capital Fortaleza. Jericoacoara: a cerca de 300 km de distância. Uma rodovia deveria ligar
as duas cidades. Mas, nesse caso,
não é bem assim. Há estrada até
Jijoca. De lá em diante, é só areia.
No entanto, em vez de pegar o
asfalto para chegar ao paraíso, há
um percurso árduo e cheio de
obstáculos. Além de ser mais prazerosa, a viagem aproxima o turista do dia-a-dia à beira-mar.
A rota por terra, ou melhor, pela
areia -aliás, muita areia- é feita
a bordo de um veículo "off road" e
leva cinco horas na ida e três na
volta (que percorre estradas asfaltadas a partir de Jijoca).
O passeio sai de Fortaleza, passa
por alguns bairros e, de repente,
acaba o asfalto e começa o areião,
que será o piso de quase toda a rota. A primeira parada é a lagoa do
Parnamirim, boa para dar uma
refrescada depois de descer até lá
no "esquibunda". Quem tem fôlego desce mais de uma vez.
A viagem continua: coqueiros,
dunas e, de repente, o horizonte
termina. Vem uma descida de
quase 90 em uma duna. Ufa! Isso
acontece algumas vezes.
Muito sobe-e-desce e sacolejo
no carro dá fome. Na praia da Lagoinha, isso é resolvido. Ali há um
bom cardápio de restaurantes.
Pode-se comer desde um simples
prato feito por R$ 7 até uma concha de santa Rita (creme de quatro queijos e camarão) e um grelhado de frutos do mar em um
restaurante-pousada. Por R$ 70,
três pessoas saem satisfeitas da
mesa. O visual também é lindo: a
praia da Lagoinha é um dos cartões-postais do Ceará.
E a viagem continua. Poço Doce, uma comunidade de pescadores faz parte do passeio. Pacata e
atemporal, onde o calendário é
dispensável, a vila minúscula
abriga moradores receptivos e
simpáticos. Crianças observam o
carro passando pela única rua do
local -caminho obrigatório para
cruzar o rio Mundaú.
Chegando à beira do rio, uma
pequena balsa de madeira, puxada por dois pescadores, aguarda o
turista para a travessia. Mais um
obstáculo é vencido. Praias desertas, como a do Guagiru, onde uma
eventual revoada de gaivotas dá
um tom especial à viagem, valem
qualquer desconforto.
Na praia de Paracuru, o colorido fica por conta das canoas dos
pescadores. São muitas "estacionadas" na areia, dividindo espaço
com turistas estrangeiros que
procuram a praia pela beleza e pela tranqüilidade. O calor de quase
40C não incomoda. Esse trecho
do litoral cearense é paralelo à linha do equador no sentido oeste-leste e segue a direção dos ventos
alísios. O vento sopra o ano inteiro: um presente da mãe natureza
para refrescar o caminho dos viajantes e dar prazer a muitos praticantes de esportes náuticos, como
o kitesurfe -cujos adeptos são
vistos em quase todo o percurso.
Mais algumas praias, muitos coqueiros, mangues e falésias depois, chega-se a Jericoacoara.
A atmosfera rústica da vila se
mantém, mesmo com a chegada
do progresso -a energia elétrica
surgiu por lá há poucos anos. De
Jeri, como é mais conhecida, dá
para conhecer Jijoca e admirar as
lagoas Azul e do Paraíso (na verdade elas são uma lagoa só, que se
divide no fim das chuvas).
A outra opção é rumar a Tatajuba, caminhar até a Pedra Furada,
e, no fim da tarde, subir as dunas e
apreciar o sol se pondo maravilhosamente. Não se esqueça de se
largar na areia. Segundo os pescadores, Jericoacoara significa "jacaré tomando sol" e nada mais
apropriado do que imitar o animal e fazer jus ao nome do lugar.
Pacote
O passeio integra um pacote de
três noites, com hospedagem em
Jeri, com café e transporte em "off
road". O preço é R$ 1.500 por pessoa. Informações: 0/xx/85/3268-3099; www.nettour.com.br.
Texto Anterior: Cobra criada: Baterista vai lançar CD no local Próximo Texto: Viagem literária: Livraria em Paris atrai turistas das letras Índice
|