São Paulo, segunda, 3 de agosto de 1998

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INGLATERRA REAL
Coleções de Londres guardam obras-primas da pintura e antiguidades que pertenciam a outros países
Arte e polêmica pontuam museus locais

da enviada especial à Inglaterra

Se a palavra "museu" costuma lhe provocar alergia, prepare-se para uma revelação que pode mudar essa idéia. Saiba que o British Museum, de Londres, não expõe apenas obras de arte e antiguidades, o que, por si só, já justifica a visita. Ao passear por seus corredores e salas, você estará dando de cara também com uma antiga polêmica.
Um dos tesouros do museu é o conjunto de "mármores de Elgin". Eles costumavam decorar a parte superior do Partenon, em Atenas, até que, no século 19, um certo lorde Elgin "comprou-os" e os levou para a Inglaterra.
Na época sob domínio dos turcos, que teriam vendido as peças ao lorde, a Grécia não protestou. Hoje, há uma campanha na própria Inglaterra para que os mármores sejam devolvidos ao seu país de origem.
Mas, enquanto nada se resolve, você pode se deliciar, em Londres mesmo, com essa série de cenas da antiga Atenas. Nas salas vizinhas, estão expostas mais antiguidades, como estátuas, principalmente assírias e egípcias, e múmias.
Outra preciosidade do museu é um templo reconstruído lá mesmo, com base em colunas e estátuas turcas de um período anterior a Cristo.
No andar superior, há coleções de arte medieval e renascentista, com exposições também de artefatos. Para quem gosta de livros, os evangelhos de Lindisfarne, de 698, são um capítulo à parte, com suas iluminuras.

Artes plásticas
A National Gallery e seus Renoir, Monet, Van Gogh e Bellini, entre outros, também deve constar de seu roteiro. Considerado o mais importante museu de artes plásticas da capital, possui mais de 2.200 obras, representativas de um período que vai do renascimento ao século 19.
A visita pode ser enriquecida ainda com palestras, apresentações de vídeos e filmes, além de exposições temporárias, que integram o cardápio artístico oferecido pelo museu.
Como estrelas da casa, figuram, entre outras, as telas "Doge Leonardo Loredan", do italiano Giovanni Bellini (1430-1516), "A Adoração dos Reis", de Pieter Brueghel, o Velho (1568-1625), e o famoso "Guarda-Chuvas", de Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), do impressionismo.
O quadro "Girassóis", de Van Gogh (1853-1890), é considerado outro tesouro da coleção, que foi inaugurada no início do século 19, no mesmo endereço.
Já quadros como "Cossacos", do russo Wassily Kandinsky (1866-1944), do modernismo, e "As Três Dançarinas", de Pablo Picasso (1881-1973), podem ser admiradas na Tate Gallery, que reúne a mais vistosa coleção de arte moderna de Londres.
Localizada próxima ao rio Tâmisa, a galeria ainda conta com um acervo de arte britânica do século 16 à atualidade. E, para saciar não só a fome do espírito, a Tate Gallery conta ainda com uma cafeteria e um restaurante.
(CARLA ARANHA)


Onde encontrar - British Museum: Great Russell Street, WC1 (estação de metrô Tottenham Court), aberto das 10h às 17h, de segunda a sábado, e, aos domingos, das 14h30 às 18h; National Gallery: Trafalgar Square (estação de metrô Charing Cross ou Leisceter Square), aberta de segunda a sábado, das 10h às 18h, e, aos domingos, das 14h às 18h; Tate Gallery: Millbank, SW1 (estação de metrô Pimlico), aberta de segunda a sábado, das 10h às 17h50, e, domingos, das 14h às 17h50.



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