São Paulo, segunda, 3 de agosto de 1998

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"Quem cansou de Londres cansou da vida"

Charles Chaplin no início dos anos 60 sai do restaurante Simpson's, o segundo mais antigo de Londres SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo

A frase "quem cansou de Londres cansou da vida", de Samuel Johnson (1709?-1784), dá a dimensão cultural da maior metrópole do Reino Unido, capital que foi epicentro de um vasto império.
Johnson foi poeta, crítico, ensaísta e jornalista, exerceu verdadeira ditadura literária em seu tempo e compilou o primeiro dicionário de inglês definitivo.
Escreveu "A Vida dos Poetas Ingleses" e, apesar de nascido em Lichfield, é cultuado, em 18 de dezembro, na abadia de Westminster, como o grande cidadão londrino. Mas o escritor não foi o único a louvar o frenesi estético-político-intelectual que caracterizou a cidade ao longo da história.
Destruída por um incêndio, em 1666, pelas bombas nazistas, na Segunda Guerra (1939-45), e transformada pelo furacão comportamental dos Beatles e do rock'n'roll, nos anos 60, a Londres deste fim-de-século é uma Swinging London, em ritmo de grandes obras às margens do rio Tâmisa.
Embora tenha alcançado a fama nos EUA, o ator cômico Charles Chaplin (1889-1977) nasceu num bairro operário ao sul de Londres, morou na casa número 287 da Kennington Road e é outro dos grandes personagens que viveram a metrópole intensamente.
Chaplin ia, por exemplo, ao restaurante Simpson's-in-the Strand, o segundo mais velho de Londres (100 Strand, tel. 0171-836-9112), templo da gastronomia britânica que exige reserva e uso de gravata.

Mergulho na civilização
Da moda do século, exibida no museu Victoria & Albert (Cromwell Road, metrô South Kensington), até a pedra de Roseta, que decifrou os hieróglifos egípcios, no acervo do British Museum (Great Russell St., metrô Russell Square), Londres é o lugar ideal para entender as civilizações.
Já a Biblioteca Britânica, com entrada pelo British Museum, guarda uma "Bíblia", de Gutenberg, o original da Magna Carta e manuscritos de Shakespeare.
Mas, se isso não bastar para provar uma vocação cosmopolita, se os 5.000 pubs não forem suficientemente acolhedores, vale visitar um dos tantos restaurantes étnicos -só para provar que Londres, como disse Samuel Johnson, é uma metrópole cheia de vida.



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