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"Quem cansou de Londres cansou da vida"
Charles
Chaplin no
início dos
anos 60
sai do
restaurante
Simpson's,
o segundo
mais
antigo de
Londres
SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo
A frase "quem cansou de Londres cansou da vida", de Samuel
Johnson (1709?-1784), dá a dimensão cultural da maior metrópole
do Reino Unido, capital que foi
epicentro de um vasto império.
Johnson foi poeta, crítico, ensaísta e jornalista, exerceu verdadeira ditadura literária em seu
tempo e compilou o primeiro dicionário de inglês definitivo.
Escreveu "A Vida dos Poetas Ingleses" e, apesar de nascido em
Lichfield, é cultuado, em 18 de dezembro, na abadia de Westminster, como o grande cidadão londrino. Mas o escritor não foi o único a louvar o frenesi estético-político-intelectual que caracterizou a
cidade ao longo da história.
Destruída por um incêndio, em
1666, pelas bombas nazistas, na
Segunda Guerra (1939-45), e
transformada pelo furacão comportamental dos Beatles e do
rock'n'roll, nos anos 60, a Londres
deste fim-de-século é uma Swinging London, em ritmo de grandes
obras às margens do rio Tâmisa.
Embora tenha alcançado a fama
nos EUA, o ator cômico Charles
Chaplin (1889-1977) nasceu num
bairro operário ao sul de Londres,
morou na casa número 287 da
Kennington Road e é outro dos
grandes personagens que viveram
a metrópole intensamente.
Chaplin ia, por exemplo, ao restaurante Simpson's-in-the Strand,
o segundo mais velho de Londres
(100 Strand, tel. 0171-836-9112),
templo da gastronomia britânica
que exige reserva e uso de gravata.
Mergulho na civilização
Da moda do século, exibida no
museu Victoria & Albert (Cromwell Road, metrô South Kensington), até a pedra de Roseta, que
decifrou os hieróglifos egípcios,
no acervo do British Museum
(Great Russell St., metrô Russell
Square), Londres é o lugar ideal
para entender as civilizações.
Já a Biblioteca Britânica, com
entrada pelo British Museum,
guarda uma "Bíblia", de Gutenberg, o original da Magna Carta e
manuscritos de Shakespeare.
Mas, se isso não bastar para provar uma vocação cosmopolita, se
os 5.000 pubs não forem suficientemente acolhedores, vale visitar
um dos tantos restaurantes étnicos -só para provar que Londres,
como disse Samuel Johnson, é
uma metrópole cheia de vida.
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