São Paulo, segunda, 3 de agosto de 1998

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Origem data da colonização

free-lance para a Folha

As origens do Congado remontam ao início da colonização portuguesa. Segundo escritos do padre jesuíta Antônio Pires, em 1552, os negros africanos de Pernambuco já se reuniam em confraria e realizavam festivas procissões das quais participavam somente negros.
Presume-se que essa devoção tenha sido trazida do continente africano pelos próprios escravos.
O mais antigo registro sobre o Congado em Minas Gerais encontra-se na obra "Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas", publicada em 1711 e escrita por André João Antonil (pseudônimo do jesuíta italiano padre João Antônio Andreoni), que viajou pelos ainda selvagens vales e montanhas mineiros nos anos de 1705 e 1706 e presenciou a festa promovida em Vila Rica (hoje Ouro Preto) pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, composta por negros.
Segregados pelos brancos e proibidos de entrar nas igrejas, os negros reuniam-se nos adros. Criaram suas irmandades, construíram os próprios templos e constituíram seus reis, rainhas, príncipes, princesas, embaixadores e outros cortesãos, o reinado de Nossa Senhora do Rosário.
No período colonial, sobressaiu o nome do lendário escravo Francisco da Natividade, o Chico Rei, a quem se atribui a criação da irmandade e a construção da igreja dedicada à padroeira dos negros, Nossa Senhora do Rosário, e, em conseqüência, a consolidação das festas dos congadeiros.
A festa em Divinópolis
As festas em louvor à Nossa Senhora do Rosário já eram realizadas em meados do século 19, no então arraial do Espírito Santo do Itapecerica, hoje Divinópolis.
A construção da primeira igreja da irmandade, iniciada em 1850, foi concluída em 1881.
Embora o ciclo do Rosário aconteça durante o mês de agosto (15 de agosto, festa da assunção de Nossa Senhora), os congadeiros também promovem anualmente festejos em maio para comemorar o mês de Maria e o dia da Abolição da Escravatura (13 de maio de 1888). Nesse dia, é celebrada a tradicional missa Conga, com a participação conjunta de todas as irmandades.
Há irmandades, entretanto, que preferem promover suas festas principais em setembro ou outubro.



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