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Origem data
da colonização
free-lance para a Folha
As origens do Congado
remontam ao início da colonização portuguesa. Segundo escritos do padre jesuíta Antônio Pires, em
1552, os negros africanos de
Pernambuco já se reuniam
em confraria e realizavam
festivas procissões das
quais participavam somente negros.
Presume-se que essa devoção tenha sido trazida do
continente africano pelos
próprios escravos.
O mais antigo registro sobre o Congado em Minas
Gerais encontra-se na obra
"Cultura e Opulência do
Brasil por suas Drogas e
Minas", publicada em 1711
e escrita por André João
Antonil (pseudônimo do
jesuíta italiano padre João
Antônio Andreoni), que
viajou pelos ainda selvagens vales e montanhas mineiros nos anos de 1705 e
1706 e presenciou a festa
promovida em Vila Rica
(hoje Ouro Preto) pela Irmandade de Nossa Senhora
do Rosário, composta por
negros.
Segregados pelos brancos
e proibidos de entrar nas
igrejas, os negros reuniam-se nos adros. Criaram
suas irmandades, construíram os próprios templos e
constituíram seus reis, rainhas, príncipes, princesas,
embaixadores e outros cortesãos, o reinado de Nossa
Senhora do Rosário.
No período colonial, sobressaiu o nome do lendário escravo Francisco da
Natividade, o Chico Rei, a
quem se atribui a criação da
irmandade e a construção
da igreja dedicada à padroeira dos negros, Nossa
Senhora do Rosário, e, em
conseqüência, a consolidação das festas dos congadeiros.
A festa em Divinópolis
As festas em louvor à
Nossa Senhora do Rosário
já eram realizadas em meados do século 19, no então
arraial do Espírito Santo do
Itapecerica, hoje Divinópolis.
A construção da primeira
igreja da irmandade, iniciada em 1850, foi concluída
em 1881.
Embora o ciclo do Rosário aconteça durante o mês
de agosto (15 de agosto, festa da assunção de Nossa Senhora), os congadeiros
também promovem anualmente festejos em maio para comemorar o mês de
Maria e o dia da Abolição
da Escravatura (13 de maio
de 1888). Nesse dia, é celebrada a tradicional missa
Conga, com a participação
conjunta de todas as irmandades.
Há irmandades, entretanto, que preferem promover
suas festas principais em
setembro ou outubro.
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