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REVOLUÇÃO LITORÂNEA
Amir Klink se une a proprietário de resort para construir 50 portos no litoral
Marinas podem sacudir costa do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Está em fase embrionária um
projeto que pode revolucionar o
turismo brasileiro: a Rota Náutica
K&C. A meta é ambiciosa: em 20
anos, construir 50 marinas ao longo do litoral do Brasil.
Quem se lança na empreitada é
o velejador Amir Klink e o empresário catarinense Fernando Marcondes de Mattos, dono do resort
Costão do Santinho.
A parceria vai juntar o know-how náutico de Klink com projetos de empreendimentos imobiliários capitaneados por Mattos.
No entorno das marinas, tratadas no texto do anteprojeto como
"portos de lazer", surgiriam programas turísticos habitacionais
(hotéis, condomínios, restaurantes etc.) e escolas de vela e de formação de mão-de-obra náutica.
"A idéia é muito boa, desde que
seja conduzida de uma maneira
ecologicamente correta", diz Caio
Luiz de Carvalho, presidente da
Embratur (Instituto Brasileiro de
Turismo). Segundo ele, o Brasil
explora muito pouco o turismo
náutico, apesar do grande potencial dos seus 8.000 km de costa.
O quadro parece estar agora em
processo de mudança. Em 96,
quando foi aprovada a nova Lei
de Cabotagem (que regulamentou o tráfego de navios de bandeira estrangeira nas águas brasileiras), seis cruzeiros ancoraram
seus navios em nossa costa. No último verão esse número subiu para 94, com 128 mil passageiros,
que gastaram US$ 114 por cabeça
nos portos onde desceram.
"O impacto econômico do turismo náutico é fantástico; gera
empregos e turistas em cidades
inexploradas. Os estrangeiros
costumam reclamar da falta de estrutura náutica no Brasil", afirma
Carvalho. "Espero que, com o nome de Amir Klink na jogada, o
plano saia do papel", diz.
Números
O projeto estima a criação de
5.000 vagas náuticas, que gerariam 40 mil empregos diretos e indiretos, a um custo de R$ 470 milhões. O dinheiro deverá ser captado no mercado.
Ele foi dividido em três fases. O
plano piloto engloba Santa Catarina (portos em Camburiú, Laguna, Florianópolis, Porto Belo, Itajaí e São Francisco do Sul) e Rio de
Janeiro (Parati).
Na segunda etapa, a idéia é estender a rede até Búzios (RJ), incluindo na rota Paraná e São Paulo. A terceira e última inclui Vitória (ES), Salvador (BA) e Recife
(PE) e estuda a possibilidade de
instalações em Porto Seguro,
Ilhéus e Morro de São Paulo (BA),
Maceió (AL) e Natal (RN).
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)
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