São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2001

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REVOLUÇÃO LITORÂNEA
Amir Klink se une a proprietário de resort para construir 50 portos no litoral
Marinas podem sacudir costa do país

DA REPORTAGEM LOCAL

Está em fase embrionária um projeto que pode revolucionar o turismo brasileiro: a Rota Náutica K&C. A meta é ambiciosa: em 20 anos, construir 50 marinas ao longo do litoral do Brasil.
Quem se lança na empreitada é o velejador Amir Klink e o empresário catarinense Fernando Marcondes de Mattos, dono do resort Costão do Santinho.
A parceria vai juntar o know-how náutico de Klink com projetos de empreendimentos imobiliários capitaneados por Mattos.
No entorno das marinas, tratadas no texto do anteprojeto como "portos de lazer", surgiriam programas turísticos habitacionais (hotéis, condomínios, restaurantes etc.) e escolas de vela e de formação de mão-de-obra náutica.
"A idéia é muito boa, desde que seja conduzida de uma maneira ecologicamente correta", diz Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo). Segundo ele, o Brasil explora muito pouco o turismo náutico, apesar do grande potencial dos seus 8.000 km de costa.
O quadro parece estar agora em processo de mudança. Em 96, quando foi aprovada a nova Lei de Cabotagem (que regulamentou o tráfego de navios de bandeira estrangeira nas águas brasileiras), seis cruzeiros ancoraram seus navios em nossa costa. No último verão esse número subiu para 94, com 128 mil passageiros, que gastaram US$ 114 por cabeça nos portos onde desceram.
"O impacto econômico do turismo náutico é fantástico; gera empregos e turistas em cidades inexploradas. Os estrangeiros costumam reclamar da falta de estrutura náutica no Brasil", afirma Carvalho. "Espero que, com o nome de Amir Klink na jogada, o plano saia do papel", diz.

Números
O projeto estima a criação de 5.000 vagas náuticas, que gerariam 40 mil empregos diretos e indiretos, a um custo de R$ 470 milhões. O dinheiro deverá ser captado no mercado.
Ele foi dividido em três fases. O plano piloto engloba Santa Catarina (portos em Camburiú, Laguna, Florianópolis, Porto Belo, Itajaí e São Francisco do Sul) e Rio de Janeiro (Parati).
Na segunda etapa, a idéia é estender a rede até Búzios (RJ), incluindo na rota Paraná e São Paulo. A terceira e última inclui Vitória (ES), Salvador (BA) e Recife (PE) e estuda a possibilidade de instalações em Porto Seguro, Ilhéus e Morro de São Paulo (BA), Maceió (AL) e Natal (RN).
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)



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