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"É necessário plano de gestão"
DA REPORTAGEM LOCAL
Luiz Roberto Tommasi, professor titular do Instituto Oceanográfico da USP (Universidade de
São Paulo) e presidente da Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa) da universidade,
diz ser possível construir uma
marina com impacto ambiental
mínimo (excetuando-se eventuais acidentes), desde que seja
elaborado um plano de gestão.
Sem ele, "pensado por uma
equipe competente", a iniciativa
correria o risco de ser desastrosa.
"Tem de avaliar bem se o local
pretendido pode receber uma
marina: se tem boa circulação de
ar e baixa exposição a ventos e a
ondas." Isso, para começar.
"É preciso que o local tenha
uma configuração que permita
grande taxa de renovação da
água, para evitar fundos sem oxigênio, o que provocaria impacto
na circunvizinhança", diz.
Uma marina, segundo Tommasi, induz a um grande aumento no
tráfego de embarcações e no povoamento de sua periferia. "É
uma forte indutora de desenvolvimento turístico. É preciso ver se a
área comporta essa transformação", afirma.
Para ele, o fato de o projeto da
Rota Náutica prever a instalação
de píeres flutuantes é motivo de
alívio. "Esse é um fator extremamente favorável ao projeto; já podemos ficar mais tranquilos."
Mas, mesmo com o plano gestor, os cuidados não param por aí,
diz Tommasi. Um rígido regulamento para as embarcações é indispensável. "Tem de prever que
as privadas de bordo sejam seladas, para evitar o despejo de detritos na bacia da marina, comprometendo o ecossistema da área."
Deve haver ainda fiscalização
do lixo, que não pode ser jogado
na água, sob o risco de interferir
na pesca artesanal.
Os estudos antes da implantação do projeto, segundo o professor, nunca demoram menos que
um ano. A Fundespa tem uma
equipe multidisciplinar que faz
esse tipo de pesquisa.
(RGV)
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