DA REPORTAGEM LOCAL

Salvador está criando sua própria rota pelo mar, num projeto de turismo encabeçado pela prefeitura, com apoio do Estado da Bahia. Batizado de Via Náutica, é uma hidrovia que abrange 15 km da Baía de Todos os Santos e entorno, interligando os sítios e monumentos históricos pelo mar.
"A idéia é criar um meio de transporte turístico, não regular. Por isso vai ser feito em catamarãs, em velocidade baixa [12 nós"", afirma Lídia Santana, coordenadora de projetos da Secretaria Municipal de Transportes de Salvador.
Haverá nove pontos de parada, ou ancoradouros, cada qual com uma "vocação". Em todos eles, serão executados subprojetos de recuperação de monumentos e de renovação urbana (veja quadro).
No cais do Porto, por exemplo, oito armazéns desativados serão reformados, e dois deles, transformados em um complexo cultural nos moldes do que existe em Fortaleza (CE), o Dragão do Mar. Também estão previstas a criação de escolas de vela e a instalação de equipamentos de lazer náutico.

Investimentos
O investimento total foi orçado em US$ 34 milhões, dois terços financiados pela iniciativa privada, e o restante, em conjunto pela prefeitura e pelo Estado.
Um dos resultados esperados, segundo Lídia, é a ampliação da estada média do turista na cidade -de 3,9 dias por ano para 4,9 dias-, o que geraria US$ 70 milhões a mais anualmente.
O primeiro cais, o de Humaitá (sítio do século 17 tombado pelo Iphan), já está pronto. A idéia é terminar a construção dos outros até 2002, com exceção do que será instalado no cais do Porto -que depende de aprovação de um órgão ligado ao Ministério dos Transportes- e da estação da Bahia Marina, já em operação (veja texto nesta página).
O investimento da Bahia na área do turismo somou US$ 1,2 bilhão de 1991 a 1998, cifra que deve crescer para US$ 2 bilhões até 2002. (RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)



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