DA REPORTAGEM LOCAL

O Porto Veleiro Búzios (RJ) tem um terminal náutico de "tenders", embarcações que transportam passageiros de cruzeiros do navio ao cais e vice-versa.
Na temporada de 95/96, primeiro ano de funcionamento do porto, oito cruzeiros fizeram escala na região.
Este ano, o número saltou para 50, dos quais desembarcaram 70 mil pessoas e US$ 7 milhões. Segundo Carlos Eduardo Bueno Netto, proprietário do cais, Búzios hospeda 40% das escalas dos navios que passam pelo Brasil.
O porto tem capacidade para receber até três navios por dia e pretende se transformar em uma marina de passagem.
A idéia é aumentar a capacidade receptiva para os cruzeiros, preservando o ambiente e a pesca artesanal e permitindo a recepção de barcos e lanchas do Brasil e do exterior, que hoje procuram o local sem que ele tenha condições físicas de recebê-los adequadamente, segundo Netto.
Claudio do Amaral, do Instituto de Marinas do Brasil, diz que muitas marinas nasceram assim mundo afora. "Existem diversos exemplos de onde isso aconteceu e virou o cartão-postal da cidade. Essa tendência cai bem ao Brasil, que está cheio de portos com áreas abandonadas ou cidades à beira-mar com esse tipo de vocação", afirma. Ele cita como exemplo Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba (SP), onde as profundidades permitem a aproximação de transatlânticos, o que "provocaria uma revolução no turismo local".
"Somos [o Brasil] a bola da vez no turismo náutico", comemora Netto. "Quero que o Amir [Klink] chegue até aqui [com a rota náutica]", diz. Se depender do que está estampado no anteprojeto do velejador, isso vai acontecer.
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)



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