São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2001

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Monitores "voam" de Club Med

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando um hóspede vai a um village do Club Med e depara com um sorridente GO -gentil organizador, como é chamado todo monitor dessa rede de resorts-, pode estar diante de alguém prestes a embarcar ou que está voltando de alguma viagem ao exterior.
No Med, os monitores trabalham em um sistema de rodízio que faz com que passem cada ano em um dos 120 villages da rede espalhados pelo mundo, dentro de uma espécie de plano de carreira.
Os dois resorts do Brasil, Itaparica (BA) e Rio das Pedras (RJ), funcionam como uma primeira etapa na vida dos GOs brasileiros antes que eles sejam enviados ao exterior.
Trabalhando em Itaparica há um ano (dos quais três meses de forma integral), Bruno Riella, 20, aguarda ansiosamente a chance de ir para uma unidade fora do país. Ele nunca foi ao exterior e quer ir aonde tenha sol e praia.
"Quero ter uma experiência de vida que nenhuma faculdade traz", comenta Riella, que trancou o curso de administração de empresas em Salvador e trabalha no setor de esportes terrestres.
Segundo o responsável pelo recrutamento dos GOs, Carlos Gonzalez Bautista, o perfil dos monitores é de jovens que querem viajar, sair um pouco da vida da cidade grande ou que estão ingressando no ramo da hotelaria. Hoje há cerca de 70 GOs brasileiros espalhados pelo mundo.
O monitor André Penna de Andrade, 30, entrou no Med sem pensar em viajar, mas acabou passando um ano na Polinésia Francesa. "O lugar é um cartão-postal vivo."
Andrade considera o emprego "absolutamente recomendável" para quem quer viajar. Mas é preciso ir com o espírito pronto para trabalhar. E aprender.
Marcos Levy Ruffalo aprendeu a velejar e a pilotar lancha nos dois anos em que trabalhou no Med de Itaparica e Rio das Pedras, e essas coisas estão entre as boas recordações que guardou. Também trabalhou em pousada e hoje atua como guia. "Eu sempre tive vontade de conhecer novos lugares e foram trabalhos que me proporcionaram (isso)."
Para ser GO, é preciso ser maior de 21 anos, saber uma língua estrangeira, ter o segundo grau completo e disponibilidade para morar nos villages.
Nesses locais, diversão e trabalho estão muito próximos, mas é preciso ficar atento para ver se está tudo bem, diz Riella. "A melhor coisa é ver os hóspedes agradecer e reconhecerem o meu trabalho."
O desprendimento também é importante. "Tem que estar aberto a novas experiências", diz Andrade. "As pessoas que são muito apegadas à família não conseguem trabalhar no Med." (CKT)


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