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Monitores "voam" de Club Med
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando um hóspede vai a um
village do Club Med e depara com
um sorridente GO -gentil organizador, como é chamado todo
monitor dessa rede de resorts-,
pode estar diante de alguém prestes a embarcar ou que está voltando de alguma viagem ao exterior.
No Med, os monitores trabalham em um sistema de rodízio
que faz com que passem cada ano
em um dos 120 villages da rede espalhados pelo mundo, dentro de
uma espécie de plano de carreira.
Os dois resorts do Brasil, Itaparica (BA) e Rio das Pedras (RJ),
funcionam como uma primeira
etapa na vida dos GOs brasileiros
antes que eles sejam enviados ao
exterior.
Trabalhando em Itaparica há
um ano (dos quais três meses de
forma integral), Bruno Riella, 20,
aguarda ansiosamente a chance
de ir para uma unidade fora do
país. Ele nunca foi ao exterior e
quer ir aonde tenha sol e praia.
"Quero ter uma experiência de
vida que nenhuma faculdade
traz", comenta Riella, que trancou
o curso de administração de empresas em Salvador e trabalha no
setor de esportes terrestres.
Segundo o responsável pelo recrutamento dos GOs, Carlos Gonzalez Bautista, o perfil dos monitores é de jovens que querem viajar, sair um pouco da vida da cidade grande ou que estão ingressando no ramo da hotelaria. Hoje há
cerca de 70 GOs brasileiros espalhados pelo mundo.
O monitor André Penna de Andrade, 30, entrou no Med sem
pensar em viajar, mas acabou
passando um ano na Polinésia
Francesa. "O lugar é um cartão-postal vivo."
Andrade considera o emprego
"absolutamente recomendável"
para quem quer viajar. Mas é preciso ir com o espírito pronto para
trabalhar. E aprender.
Marcos Levy Ruffalo aprendeu
a velejar e a pilotar lancha nos
dois anos em que trabalhou no
Med de Itaparica e Rio das Pedras,
e essas coisas estão entre as boas
recordações que guardou. Também trabalhou em pousada e hoje
atua como guia. "Eu sempre tive
vontade de conhecer novos lugares e foram trabalhos que me proporcionaram (isso)."
Para ser GO, é preciso ser maior
de 21 anos, saber uma língua estrangeira, ter o segundo grau
completo e disponibilidade para
morar nos villages.
Nesses locais, diversão e trabalho estão muito próximos, mas é
preciso ficar atento para ver se está tudo bem, diz Riella. "A melhor
coisa é ver os hóspedes agradecer
e reconhecerem o meu trabalho."
O desprendimento também é
importante. "Tem que estar aberto a novas experiências", diz Andrade. "As pessoas que são muito
apegadas à família não conseguem trabalhar no Med."
(CKT)
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