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FRUSTRAÇÃO
Mau tempo
aborta a
subida da
montanha
free-lance para a Folha
No final do período de aclimação, estávamos prontos para a subida. Nossa escolha foi a
via pelo glaciar Sul.
Escolhemos a via Sul porque
era o local onde iríamos encontrar mais gelo. O que não sabíamos é que essa via tinha sido
tentada apenas 12 vezes em
mais de 50 anos, e só 4 expedições haviam tido sucesso.
Além disso, pelo menos 5
pessoas morreram nessas tentativas: 3 italianos, na década
de 60, e 2 argentinos, em 85.
O tempo bom nos acompanhou na aproximação e preparação para a escalada.
Começamos a subir por um
esporão da montanha (um braço secundário) porque o glaciar estava fraturado, já que nevara pouco no inverno.
Mais uma vez estávamos nas
pedras, evoluindo devagar. Fizemos assim mais de 700 metros de desnível até encontrar o
glaciar, a 5.100 metros de altitude. Aos poucos, as nuvens
foram tomando conta do céu,
algumas com uma formação
conhecida como disco voador,
que anuncia mau tempo.
Quando já estávamos no glaciar, tivemos de voltar à base.
Nuvens começaram a baixar.
Nessas condições, não há outra alternativa se não descer e
esperar o tempo melhorar.
No outro dia, o tempo ficou
pior, e perdemos as esperanças
de fazer uma nova tentativa.
Não havia tempo, era 8 de janeiro, e, no dia seguinte, o sargento Pintat iria nos buscar.
Precisávamos partir logo. Depois de tanto esforço, foi frustrante deixar a escalada.
Mas, como nos disseram
Ugarte e Pintat, sempre haverá
a oportunidade para uma nova
tentativa, o Tupungato sempre
vai estar lá, esperando.
(RA)
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