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Empresa sai da linha com funcionários
da Agência Folha, em Corumbá
A concessionária do trecho da
estrada de ferro que liga Bauru
(SP) a Corumbá (MS), a Ferrovia
Novoeste, demitiu aproximadamente 1.050 funcionários desde a
privatização do "trem da morte",
em março de 1996.
O sindicato dos trabalhadores da
ferrovia denuncia que a principal
consequência do corte é o excesso
de carga horária e a imposição de
dupla e até tripla função aos 770
trabalhadores que a ferrovia ainda
mantém em seus quadros.
No início de fevereiro, a Novoeste recebeu quatro autuações do
Ministério do Trabalho devido ao
excesso na carga horária de alguns
funcionários.
Medo
Cerca de 21 empregados passaram mais de 45 horas trabalhando
sem repouso na retirada de 14
gôndolas de minério que haviam
próximo a Andradina (SP), no início deste ano.
A Agência Folha conversou com
diversos funcionários em Corumbá (MS). Eles admitiram estar
cumprindo dupla ou tripla função, mas não quiseram dar entrevistas ou revelar seus nomes temendo ser demitidos.
Um manobrista da estação de
Corumbá disse que faz até trabalho de faxina nas gôndolas e estações ao longo da linha.
Letra morta
O diretor do sindicato em Campo Grande, ligado à CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Valdemir Vieira, 43, disse que a empresa, ao demitir em massa, não conseguiu mais cumprir o contrato de
concessão assinado com o governo federal.
Em setembro último, o ministro
dos Transportes, Eliseu Padilha,
assinou despacho acatando as justificativas formais da Novoeste para o descumprimento da meta do
primeiro ano de atividade da concessionária.
A Novoeste não conseguiu cumprir a meta de transportar, nos 12
primeiros meses de concessão, 2
bilhões de TKUs (toneladas por
quilômetro útil). A empresa ficou
no 1,52 bilhão de TKUs.
Segundo Valdemir Vieira, o
não-cumprimento do contrato de
concessão, além da possibilidade
de novas autuações, pode resultar
na abertura de processo de intervenção na empresa.
(RV)
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