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Demitido tenta
viver da pesca
da Agência Folha, em Aquidauana
O artífice de via permanente
Ênio Bispo dos Santos, 43, responsável pela manutenção dos trilhos,
trabalhou dois meses seguidos catando pedaços de ferro ao longo
da ferrovia. Após um dia de trabalho -pesado, em que foi obrigado
a levantar mais de 30 quilos de
uma vez e usar uma marreta de
cinco quilos-, ele recebeu a informação de que estava demitido.
Isso ocorreu em 23 de agosto de
1996, quando a concessionária
Ferrovia Novoeste já havia assumido a antiga Rede Ferroviária Federal. Desde então, Santos continua desempregado.
Com a rescisão do contrato
-depois de haver trabalhado 21
anos na RFFSA-, Santos recebeu
R$ 15 mil, que usou para pagar dívidas e comprar um barco. Tentou
virar pescador, mas agora já está
desistindo porque, segundo ele, há
pouco peixe no rio Aquidauana.
Há um ano, Santos invadiu uma
casa da ferrovia em Aquidauana,
cansado de pagar R$ 80 mensais
por outro imóvel da RFFSA. Com
quatro filhos, ele agora vai tentar a
sorte em Campo Grande, não sabe
exatamente em que função.
(RV)
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