São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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Demitido tenta viver da pesca

da Agência Folha, em Aquidauana

O artífice de via permanente Ênio Bispo dos Santos, 43, responsável pela manutenção dos trilhos, trabalhou dois meses seguidos catando pedaços de ferro ao longo da ferrovia. Após um dia de trabalho -pesado, em que foi obrigado a levantar mais de 30 quilos de uma vez e usar uma marreta de cinco quilos-, ele recebeu a informação de que estava demitido.
Isso ocorreu em 23 de agosto de 1996, quando a concessionária Ferrovia Novoeste já havia assumido a antiga Rede Ferroviária Federal. Desde então, Santos continua desempregado.
Com a rescisão do contrato -depois de haver trabalhado 21 anos na RFFSA-, Santos recebeu R$ 15 mil, que usou para pagar dívidas e comprar um barco. Tentou virar pescador, mas agora já está desistindo porque, segundo ele, há pouco peixe no rio Aquidauana.
Há um ano, Santos invadiu uma casa da ferrovia em Aquidauana, cansado de pagar R$ 80 mensais por outro imóvel da RFFSA. Com quatro filhos, ele agora vai tentar a sorte em Campo Grande, não sabe exatamente em que função. (RV)



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