São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

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A ILHA
Oásis no sul do país, cujo acesso é aéreo, oferece passeios de barco, caminhadas e degustação de drinques típicos
Cubanos não têm como
ir a Cayo Largo

Fotos Maristela do Valle/Folha Imagem
Turista se protege sob guarda-sol em praia de Cayo Largo, ilha no sul de Cuba em que o estangeiro redescobre o prazer do não-compromisso


em Cuba

A areia olítica (que não esquenta, por não absorver calor solar) e o mar azul-turquesa de Cayo Largo são vetados aos cubanos. Não que haja uma proibição formal à entrada da população à pequena ilha ao sul do país. Mas o transporte à ilha é caro para quem não tem acesso a supérfluos.
E o que se faz em Cayo Largo pode ser considerado supérfluo: tomar sol, nadar sobre corais, beber drinques cubanos e morgar.
Os únicos cubanos que frequentam esse oásis são os funcionários do complexo hoteleiro local. Para trabalhar em Cayo Largo, eles passam por uma difícil seleção. Os aprovados ficam 20 dias trabalhando na ilha e depois descansam por dez dias em suas casas. Ao voltar, exercem uma função diferente da que tinham anteriormente.
"All inclusive"
Em Cayo Largo, não há limite para comer, beber e viver. Como estão literalmente ilhados, os hóspedes podem fazer suas refeições em cada um dos hotéis do complexo, sem comprovar hospedagem.
Fazem parte do regime "all inclusive" café da manhã, almoço, jantar e todas as bebidas consumidas ao longo do dia, incluindo os drinques cubanos.
Em cerca de 20 variedades, eles misturam diferentes espécies de rum, licor de menta, Coca-Cola, sucos, água gasosa e outros componentes. Apesar dessa fartura, não se preocupe com uma eventual bebedeira, pois o excesso de açúcar nos aperitivos dificulta um exagero de consumo.
Os drinques do Capricho (último hotel à esquerda, para quem olha para o mar) são os mais caprichados do complexo. Os "barmen" os servem em copos de vidro e os fazem em coqueteleiras. Procedimento diferente do hotel Isla del Sur, onde os garçons têm uma torneirinha com diferentes botões, referentes aos ingredientes do drinque. Ao apertar esses botões, os líquidos são jogados à esmo num copo de plástico.
O sabor dos alimentos servidos em cada hotel também varia. O jantar do Isla se parece com um bandejão se for comparado ao oferecido pelo Capricho.
Não estão incluídos na hospedagem pratos com lagosta, passeios de barco e o consumo em praias afastadas, como a Paradiso e a Sirena, onde é possível chegar a pé. Armado de filtro solar, um boné e a despreocupação de não ter hora para chegar, o turista faz o percurso em cerca de duas horas, parando no caminho para mergulhar ou descansar numa sombra.
Na volta, é possível utilizar o transporte gratuito oferecido pelo hotel em horários específicos. Da praia, os turistas vão de barco até uma marina, de onde sai uma van rumo ao hotel.
Perto do ancoradouro, um criador de tartarugas lembra o Projeto Tamar brasileiro. Num ato não muito ecologicamente correto, ele insiste que os turistas montem nos répteis para uma foto. (MV)



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