São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2001

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EUA

Para deixar de ser a última opção de passeio em Washington, local ganharia museu dedicado às artes interpretativas

Centro Kennedy quer virar destino turístico

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O novo presidente do Centro John F. Kennedy de Artes Interpretativas, Michael Kaiser, quer transformar o complexo em um destino turístico em Washington, DC. Kaiser espera que seu empenho em criar novos programas artísticos e um marketing mais agressivo elevem o status do centro ao nível das maiores óperas e casas de espetáculos de Nova York, Londres e Paris.
Ele também gostaria de ter um museu nacional dedicado às artes interpretativas como parte do centro, que é hoje o memorial oficial do presidente John F. Kennedy e, atualmente, abriga a Sinfônica Nacional e a Ópera de Washington.
"A intenção é que o Centro Kennedy vire um destino, não apenas um lugar para visitar caso você esteja em Washington por outros motivos", diz Kaiser.
Fazer uma visita ao centro é frequentemente a última escolha para milhões de pessoas que vão aos museus de Washington, de acordo com Kaiser.
"Se ninguém sabe que você está trabalhando em alto nível, você não terá categoria mundial e não se tornará um destino", afirma.
Desde que assumiu o centro, no mês passado, Kaiser conseguiu atenção da mídia com vários anúncios, incluindo o de que vai abrigar o Balé Bolshoi e o dos US$ 50 milhões recebidos do filantropo cubano Alberto Vilar, que foi a maior doação de pessoa física da história do centro.
Conhecido no mundo das artes como o "Rei da Transformação" por recuperar centros "doentes", como a Royal Opera House e, mais tarde, o balé de Kansas City, ele tem um desafio diferente no Centro Kennedy.
"Estamos tão preocupados em vender ingressos que nos esquecemos de vender quem nós somos", afirma ele.

Identidade
"Se há uma coisa que eu fiz para mudar a sorte das organizações que dirigi foi construir uma identidade institucional", comenta.
O Centro Kennedy está passando por uma série de renovações. Um dos planos mais ambiciosos de Kaiser é o do primeiro museu dos Estados Unidos dedicado às artes interpretativas.
O prédio exibiria cenários, trajes e partituras de música e seria uma vitrine da história da música norte-americana, da ópera, do teatro e da dança, se transformando em símbolo da importância de Washington como a cidade das artes interpretativas.
"Quero construir um grande museu nesta cidade de grandes museus." Kaiser afirmou que espera que o museu possa estar funcionando dentro de uma década, em conjunto com a Biblioteca do Congresso e com o Instituto Smithsonian, o maior complexo de museus e pesquisas do mundo.
Perguntado sobre como um projeto tão ambicioso seria custeado, Kaiser respondeu que boa arte atrai boa filantropia. Ele disse estar certo de que será capaz de levantar dinheiro suficiente.
Kaiser disse que, em termos práticos, o Centro Kennedy está construindo novos estacionamentos para acomodar mais 750 veículos e está remodelando seus restaurantes.
Ele também pretende construir uma praça sobre a barulhenta rodovia próxima ao centro, além de torná-lo mais acessível para as pessoas que têm de driblar o trânsito para chegar ao local.
As atrações da temporada 2001-2002 do centro incluem uma apresentação retrospectiva do trabalho do compositor norte-americano Stephen Sondheim e de dois dos mais renomados grupos artísticos russos, o Balé Bolshoi e o Kirov, que levarão suas companhias a Washington.
Haverá ainda a visita do Balé Nacional de Cuba, de uma companhia de dança nativa da Austrália e de uma comédia musical de Seul chamada "Cookin", na qual quatro chefs coreanos preparam uma refeição da maneira mais barulhenta possível.



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