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Pincel de Carybé capturou rituais dos terreiros
DA REDAÇÃO
Argentino, filho de pai italiano e mãe gaúcha, Carybé
foi um dos mais emblemáticos pintores e ilustradores
da cultura afro-baiana.
Nascido em 1911, Héctor
Julio Paride Bernabó viveu a
infância em Lanús, subúrbio
operário de Buenos Aires.
Visitou a Bahia pela primeira vez em 1938. Nos anos
40, decidido a morar no país,
trabalhou em jornais do Rio,
voltando eventualmente para a Argentina.
Mudou-se definitivamente
para Salvador em 1950, interessado por temas afro-brasileiros. Logo seu trabalho
foi recomendado pelo escritor Rubem Braga para o
educador Anísio Teixeira,
secretário da Educação e
Cultura do governo do Estado da Bahia.
Foi então que Héctor Bernabó virou definitivamente
Carybé, passando a pintar
orixás e pais-de-santo, os
terreiros de candomblé, o
mar rasgado da Bahia, baianas e mulatas.
Com seu traço vigoroso e
esquemático, fez óleos,
aquarelas e desenhos, alguns
deles em imensos murais, de
forte poder descritivo.
Em 1957, Carybé foi sagrado obá pelo terreiro Ilê Axé
Opô Afonjá e trabalhou freneticamente retratando a
Bahia até morrer, 40 anos
depois, em 1997.
Amigo e contemporâneo
de Pierre Verger, ilustrou
"Lendas Africanas dos Orixás", cujo texto foi escrito
pelo etnólogo francês.
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