São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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Pincel de Carybé capturou rituais dos terreiros

DA REDAÇÃO

Argentino, filho de pai italiano e mãe gaúcha, Carybé foi um dos mais emblemáticos pintores e ilustradores da cultura afro-baiana.
Nascido em 1911, Héctor Julio Paride Bernabó viveu a infância em Lanús, subúrbio operário de Buenos Aires.
Visitou a Bahia pela primeira vez em 1938. Nos anos 40, decidido a morar no país, trabalhou em jornais do Rio, voltando eventualmente para a Argentina.
Mudou-se definitivamente para Salvador em 1950, interessado por temas afro-brasileiros. Logo seu trabalho foi recomendado pelo escritor Rubem Braga para o educador Anísio Teixeira, secretário da Educação e Cultura do governo do Estado da Bahia.
Foi então que Héctor Bernabó virou definitivamente Carybé, passando a pintar orixás e pais-de-santo, os terreiros de candomblé, o mar rasgado da Bahia, baianas e mulatas.
Com seu traço vigoroso e esquemático, fez óleos, aquarelas e desenhos, alguns deles em imensos murais, de forte poder descritivo.
Em 1957, Carybé foi sagrado obá pelo terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e trabalhou freneticamente retratando a Bahia até morrer, 40 anos depois, em 1997.
Amigo e contemporâneo de Pierre Verger, ilustrou "Lendas Africanas dos Orixás", cujo texto foi escrito pelo etnólogo francês.


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