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CAPITAIS GOIANAS
População incorpora nas suas receitas frutas como o pequi, cujos espinhos demandam degustação cuidadosa
Cerrado dá sabor peculiar à culinária local
DA ENVIADA ESPECIAL A GOIÁS
Aromático e amarelo, o pequi é
um controverso ingrediente da
culinária goiana. Não há meio-termo. Ama-se ou odeia-se.
Típico da região Centro-Oeste,
o pequi tem gosto forte e exótico e
está em receitas doces e salgadas,
do licor ao arroz e à galinhada.
Mas atenção: nunca morda um
pequi, pois o seu interior é repleto
de minúsculos espinhos. Ao prová-lo, com os dentes, raspe delicadamente a sua superfície.
A variedade gastronômica em
Goiás é grande. As opções vão do
arroz com feijão feito no fogão à
lenha aos pratos que levam os frutos típicos e exóticos da região.
Um deles é o empadão goiano,
tipo de torta feita com carne de
porco, linguiça, frango, queijo e
guariroba (que parece um palmito amargo), assada em uma cumbuca e servida individualmente.
Outros pratos que podem ser
saboreados na cidade são o feijão-tropeiro, o arroz Maria Isabel (arroz-de-carreteiro), o peixe na telha e a moqueca de peixe.
Doces caseiros
As sobremesas mais encontradas na cidade são os doces caseiros de frutas -principalmente as
do cerrado-, os doces cristalizados, o bolo de arroz, o pastelinho
(torta com doce de leite e uma pitada de canela) e o alfenim (doce
feito com açúcar, água e limão,
com formato de animais e flores).
Na praça do Coreto, no centro
da cidade, um bar vende picolés e
sorvetes de massa caseiros de sabores de frutas regionais, como
murici e cajá, por R$ 0,50 o picolé
ou a bola de sorvete.
Goiás Velho tem muitos restaurantes, a maioria de pequeno porte. Aconchegantes, eles mantêm a
arquitetura das casas antigas.
No restaurante Braseiro, no largo do Chafariz, o ambiente é simples e a comida caseira, feita no
fogão à lenha, farta. Uma refeição
de R$ 8 por pessoa inclui arroz
branco, feijão, arroz com pequi,
dois tipos de salada, dois tipos de
carne, mandioca frita, farofa, guariroba e quiabo. O suco de cajá
custa R$ 1,50. Não há sobremesa.
Decorado com fitas, desenhos
de festas populares e toalhas de
chita, o Beco do Sertão, no centro,
serve peixe na telha por R$ 25, para duas pessoas. Uma garrafa de
vinho chileno custa R$ 22.
No Dalí Sabor & Arte, pode-se
comer o empadão goiano (R$
4,50), moqueca de peixe (R$ 13,
para uma pessoa, mas bem servido) e o pastelinho (R$ 0,70).
Não deixe de provar o biscoito
de queijo, servido no café da manhã da maioria das pousadas. É
assado e lembra o pão de queijo,
mas tem sabor diferente. Há
quem ache o biscoito mais gostoso do que a receita mineira.
A culinária no patrimônio
Segundo Rodrigo Borges Santana, geógrafo e vereador da cidade
de Goiás pelo PV (Partido Verde),
no reconhecimento da cidade como Patrimônio Cultural da Humanidade, a Unesco levou em
conta a interação entre a comunidade e o cerrado.
"Os frutos nativos do cerrado,
como murici, cajá, mangaba, cagaita, buriti, pequi, entre outros,
foram incorporados aos hábitos
alimentares da cidade. Dos frutos
são produzidos doces, sorvetes e
licores."
(ALESSANDRA KIANEK)
Restaurantes da cidade de Goiás -
Braseiro: 0/xx/62/371-2892; Dalí Sabor &
Arte: 0/xx/62/372-1640; Beco do Sertão:
0/xx/62/371-2459.
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