São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2001

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Beato local pode ter colaborado com o nazismo

DO ENVIADO ESPECIAL

Uma das principais figuras religiosas do século 20 da Croácia -país de população majoritariamente católica romana- é tema de controvérsias no país.
Alojzije Stepinac (1889-1960), arcebispo de Zagreb durante a Segunda Guerra Mundial, foi beatificado durante visita ao país do papa João Paulo 2º em 1998.
Stepinac é apreciado como um mártir na luta anticomunista. Mas alguns historiadores afirmam que ele estava intimamente ligado ao regime croata pró-nazista instaurado após a invasão dos Bálcãs pelas tropas de Hitler.
Milhares de sérvios, judeus e ciganos morreram em campos de concentração criados pelo regime de Ustase, que governou a Croácia durante a ocupação alemã e teve atuação colaboracionista comparável à do regime de Vichy na França.
Simpatizante nazista ou não, o arcebispo goza de grande prestígio entre as autoridades clericais do país.
Maior exemplo disso é uma gigantesca imagem de seu rosto exposta sobre os portões de entrada da catedral de Zagreb, um de seus principais pontos turísticos, cujas duas torres neogóticas podem ser avistadas de qualquer ponto da cidade.
O túmulo de Stepinac fica dentro da catedral e pode ser visitado pelo público.
A polêmica ganhou novas dimensões quando líderes da pequena comunidade judaica local afirmaram ter evidências de que ele teria ajudado a esconder judeus procurados pelos soldados alemães, atuando assim como uma espécie de Oskar Schindler croata. (MS)



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