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Beato local pode ter colaborado com o nazismo
DO ENVIADO ESPECIAL
Uma das principais figuras religiosas do século 20 da
Croácia -país de população majoritariamente católica romana- é tema de controvérsias no país.
Alojzije Stepinac (1889-1960), arcebispo de Zagreb
durante a Segunda Guerra
Mundial, foi beatificado durante visita ao país do papa
João Paulo 2º em 1998.
Stepinac é apreciado como
um mártir na luta anticomunista. Mas alguns historiadores afirmam que ele estava intimamente ligado ao regime croata pró-nazista instaurado após a invasão dos
Bálcãs pelas tropas de Hitler.
Milhares de sérvios, judeus
e ciganos morreram em
campos de concentração
criados pelo regime de Ustase, que governou a Croácia
durante a ocupação alemã e
teve atuação colaboracionista comparável à do regime
de Vichy na França.
Simpatizante nazista ou
não, o arcebispo goza de
grande prestígio entre as autoridades clericais do país.
Maior exemplo disso é
uma gigantesca imagem de
seu rosto exposta sobre os
portões de entrada da catedral de Zagreb, um de seus
principais pontos turísticos,
cujas duas torres neogóticas
podem ser avistadas de qualquer ponto da cidade.
O túmulo de Stepinac fica
dentro da catedral e pode ser
visitado pelo público.
A polêmica ganhou novas
dimensões quando líderes
da pequena comunidade judaica local afirmaram ter
evidências de que ele teria
ajudado a esconder judeus
procurados pelos soldados
alemães, atuando assim como uma espécie de Oskar
Schindler croata.
(MS)
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