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SOB O SOL DO MARANHÃO
Paisagem desértica e presença de água definem a região
Com 300 vezes mais chuva que o Saara, Lençóis são descritos como o deserto mais tropical do mundo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NO MARANHÃO
A região dos Lençóis Maranhenses pode ser considerada
um deserto pela ausência de
moradores, mas não de água.
Chove nos Lençóis 300 vezes
mais do que no Saara, no norte
da África -o que o torna o deserto mais tropical do mundo,
segundo o Ibama.
Alguns riachos e a presença
de aqüíferos fazem que as lagoas atinjam até 4 m de profundidade e 2 km de extensão. As
dunas chegam a 40 m de altura.
A temperatura média anual é
de 26C, com máxima de 40C
e mínima de 16C. Os ventos
também movimentam as dunas por cerca de 20 m por ano.
Há dois Lençóis: os grandes,
mais próximos de São Luís, e os
pequenos, já em direção a Jericoacoara (CE). As duas regiões
se parecem. Os mais observadores vão reparar numa outra
diferença: a cor da areia. Nos
pequenos Lençóis, ela é mais
amarelada, pela existência de
óxido de ferro entre suas partículas. Isso ocorre porque a
areia de suas dunas são provenientes do rio Parnaíba -e não
do mar e dos mangues, como no
caso dos grandes Lençóis.
Nos grandes Lençóis, além
da vila de Santo Amaro, só há
dois oásis. Na margem direita, já nos
pequenos Lençóis, há uma área
de proteção ambiental na qual
se abrem os municípios às margens do rio Preguiças (como
Barreirinhas, Caburé e Mandacaru) e Tutóia -porta de entrada para quem vai conhecer o
delta do rio Parnaíba, no Piauí.
Barreirinhas é a mais conhecida cidade dos que se aventuram a conhecer os Lençóis Maranhenses. Mas não deixe de
conhecer as vilas de pescadores
ao longo do rio Preguiças.
Partindo de Barreirinhas rumo ao mar, as vilas surgem entre a mata: São Domingos, Alazão, Vassouras, Morro de Boi,
Mandacaru, Caburé e Atins.
Pela posição geográfica, Caburé é uma das vilas mais interessantes, espremida num trecho de 300 metros de areia entre o mar e o rio. Há pousadas
muito bem organizadas. Mas o
melhor programa continua
sendo curtir o céu cravejado de
estrelas, contemplação ainda
melhor após as 22h, quando os
últimos geradores dormem.
Para quem ainda tem pique,
vale caminhar de Caburé a Vassouras. O percurso leva sete horas. Um guia local é mais do que
aconselhável.
(FABIO SCHIVARTCHE E ANA CLÁUDIA MARTONI)
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