São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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SOB O SOL DO MARANHÃO

Paisagem desértica e presença de água definem a região

Com 300 vezes mais chuva que o Saara, Lençóis são descritos como o deserto mais tropical do mundo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NO MARANHÃO

A região dos Lençóis Maranhenses pode ser considerada um deserto pela ausência de moradores, mas não de água. Chove nos Lençóis 300 vezes mais do que no Saara, no norte da África -o que o torna o deserto mais tropical do mundo, segundo o Ibama.
Alguns riachos e a presença de aqüíferos fazem que as lagoas atinjam até 4 m de profundidade e 2 km de extensão. As dunas chegam a 40 m de altura. A temperatura média anual é de 26C, com máxima de 40C e mínima de 16C. Os ventos também movimentam as dunas por cerca de 20 m por ano.
Há dois Lençóis: os grandes, mais próximos de São Luís, e os pequenos, já em direção a Jericoacoara (CE). As duas regiões se parecem. Os mais observadores vão reparar numa outra diferença: a cor da areia. Nos pequenos Lençóis, ela é mais amarelada, pela existência de óxido de ferro entre suas partículas. Isso ocorre porque a areia de suas dunas são provenientes do rio Parnaíba -e não do mar e dos mangues, como no caso dos grandes Lençóis.
Nos grandes Lençóis, além da vila de Santo Amaro, só há dois oásis. Na margem direita, já nos pequenos Lençóis, há uma área de proteção ambiental na qual se abrem os municípios às margens do rio Preguiças (como Barreirinhas, Caburé e Mandacaru) e Tutóia -porta de entrada para quem vai conhecer o delta do rio Parnaíba, no Piauí.
Barreirinhas é a mais conhecida cidade dos que se aventuram a conhecer os Lençóis Maranhenses. Mas não deixe de conhecer as vilas de pescadores ao longo do rio Preguiças.
Partindo de Barreirinhas rumo ao mar, as vilas surgem entre a mata: São Domingos, Alazão, Vassouras, Morro de Boi, Mandacaru, Caburé e Atins.
Pela posição geográfica, Caburé é uma das vilas mais interessantes, espremida num trecho de 300 metros de areia entre o mar e o rio. Há pousadas muito bem organizadas. Mas o melhor programa continua sendo curtir o céu cravejado de estrelas, contemplação ainda melhor após as 22h, quando os últimos geradores dormem.
Para quem ainda tem pique, vale caminhar de Caburé a Vassouras. O percurso leva sete horas. Um guia local é mais do que aconselhável. (FABIO SCHIVARTCHE E ANA CLÁUDIA MARTONI)

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