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SOB O SOL DO MARANHÃO
Cenário de "Casa de Areia", cidade fica longe da rota do turismo, mas serve de ponto de apoio de visitação
Estrela de filme, Santo Amaro tem acesso difícil
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA NO MARANHÃO
É curioso que um dos maiores segredos dos Lençóis Maranhenses seja uma cidade com
quase 20 mil habitantes que já
apareceu até no cinema. Santo
Amaro, estrela do filme "Casa
de Areia", com paisagens deslumbrantes, fica no coração do
deserto de dunas e lagoas.
A dificuldade para chegar lá
só aumenta a expectativa do turista, mas é também um fator
de desestímulo para muitos.
Partindo de São Luís, é necessário pegar um ônibus comum
ou um microônibus "turístico"
(tão ruim quanto o outro) até o
povoado de Sangue, no meio do
caminho para Barreirinhas. Até
aí, são quatro horas de viagem.
Mas a aventura está no começo.
De Sangue para Santo Amaro
só é possível chegar de carro
com tração nas quatro rodas e
suspensão elevada, pois mesmo
fora da época de chuvas, não
existe estrada propriamente
dita. A cada semana ou mês o
roteiro muda, de acordo com os
novos pontos alagados no caminho. Esse trecho leva de três
a seis horas, dependendo de
quantas vezes o jipe atolar.
Mas a chegada, principalmente no entardecer, é tão espetacular quanto as lagoas que
o esperam nos dias seguintes.
Assim que o jipe passa pelo portal de buritis, vêem-se pessoas
se banhando no rio Alegre ou
jogando bola em ilhotas de
areia. É um típico fim de dia em
Santo Amaro.
Uma das melhores opções
para se hospedar é a pousada
Lagoa da Gaivota, mesmo local
onde dormia o elenco do filme
"Casa de Areia".
A cidade pode ser usada como ponto de apoio para explorar as lagoas e dunas da região,
as mais espetaculares -e vazias- do Maranhão.
De água cristalina, a lagoa da
Gaivota, a duas horas de caminhada de Santo Amaro, é uma
das maiores dos Lençóis. Foi lá
que o diretor Andrucha Waddington montou a cenografia
de seu filme. Passe o dia nessa
lagoa e descubra por que o jornalista e crítico de cinema José
Geraldo Couto, ao analisar "Casa de Areia", disse que "o espaço é protagonista, agindo diretamente sobre o destino e o espírito dos personagens".
Há outras lagoas tão belas
quanto a da Gaivota, como a do
Cajueiro e a da Sonda. Algumas
não têm nem nome. Outras, como a do Murici, são conhecidas
pelo nome de quem é dono de
terras na região. É tanta beleza
concentrada que mesmo as
péssimas condições de acesso
parecem pouco para explicar
como Santo Amaro não entrou
ainda na rota turística de massa.
(FABIO SCHIVARTCHE E ANA CLÁUDIA MARTONI)
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