São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2000


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Cânticos mouros teriam originado canção fadista



EM PORTUGAL

Quem entrou em um cinema de Lisboa em 1931 para assistir "A Severa", primeiro filme sonoro português, do diretor Leitão de Barros, ouviu palavras e música. Experiência parecida teve o público norte-americano com "O Cantor de Jazz", em 1927. A música do filme português era o fado, e o roteiro falava da fadista Maria Severo, precursora da canção lisboeta no século 19.
No contexto político e social dos anos 30, com a ditadura, a canção fadista transferiu-se das ruas para as casas de fado, então uma novidade. Já se discutiam suas raízes, e até hoje se procura uma explicação para a sua origem.
Sendo o povo português produto de cruzamento de culturas, torna-se difícil fixar uma origem do fado, mas há estudiosos que o situam muitos séculos atrás.
A explicação mais aceita, pelo menos em relação à canção de Lisboa, é a de que o fado deriva dos cânticos dos mouros, que permaneceram nos arredores da cidade mesmo após a reconquista cristã. A dor e a tristeza daqueles cantos, tão comuns no fado, seriam a base dessa tese.
Outra versão diz que o fado entrou em Portugal, de novo por meio de Lisboa, sob a forma do lundu, uma música dos escravos brasileiros levada pelos marinheiros vindos das suas longas viagens, após 1820. Depois de um tempo, o lundu teria se modificado até virar o fado.
As primeiras músicas do gênero falavam do mar e das terras além dele, onde viviam os escravos. Como a canção "O Barco Negro", interpretada por Amália Rodrigues, que fala de uma senzala.
Por fim, na música dos trovadores e dos jograis da Idade Média estaria o berço do fado. Defensores dessa idéia vêem aspectos medievais daquela música conservados no fado de hoje. (JR)


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