|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cânticos mouros teriam originado canção fadista
EM PORTUGAL
Quem entrou em um cinema de
Lisboa em 1931 para assistir "A
Severa", primeiro filme sonoro
português, do diretor Leitão de
Barros, ouviu palavras e música.
Experiência parecida teve o público norte-americano com "O Cantor de Jazz", em 1927. A música do
filme português era o fado, e o roteiro falava da fadista Maria Severo, precursora da canção lisboeta
no século 19.
No contexto político e social dos
anos 30, com a ditadura, a canção
fadista transferiu-se das ruas para
as casas de fado, então uma novidade. Já se discutiam suas raízes, e
até hoje se procura uma explicação para a sua origem.
Sendo o povo português produto de cruzamento de culturas, torna-se difícil fixar uma origem do
fado, mas há estudiosos que o situam muitos séculos atrás.
A explicação mais aceita, pelo
menos em relação à canção de
Lisboa, é a de que o fado deriva
dos cânticos dos mouros, que
permaneceram nos arredores da
cidade mesmo após a reconquista
cristã. A dor e a tristeza daqueles
cantos, tão comuns no fado, seriam a base dessa tese.
Outra versão diz que o fado entrou em Portugal, de novo por
meio de Lisboa, sob a forma do
lundu, uma música dos escravos
brasileiros levada pelos marinheiros vindos das suas longas viagens, após 1820. Depois de um
tempo, o lundu teria se modificado até virar o fado.
As primeiras músicas do gênero
falavam do mar e das terras além
dele, onde viviam os escravos. Como a canção "O Barco Negro", interpretada por Amália Rodrigues,
que fala de uma senzala.
Por fim, na música dos trovadores e dos jograis da Idade Média
estaria o berço do fado. Defensores dessa idéia vêem aspectos medievais daquela música conservados no fado de hoje.
(JR)
Texto Anterior: Economia é aberta ao exterior Próximo Texto: Portugal: Suvenir encarece perto do santuário Índice
|