São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2000


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PORTUGAL
De cardápios a sinalização, o inglês e o alemão estão em toda parte; em Lagos, atmosfera portuguesa predomina
Albufeira fala a linguagem dos turistas

DA ENVIADA ESPECIAL AO ALGARVE

Em Albufeira, um dos balneários mais famosos do Algarve, às vezes é preciso fazer esforço para lembrar que se está em Portugal. De cardápios a sinalização, tudo é voltado para o turista estrangeiro.
A língua inglesa está por toda parte, além da alemã. Lojinhas de suvenires se intercalam com barzinhos; pode ser difícil encontrar uma pastelaria autêntica (pastelaria em Portugal, não custa lembrar, vende doces, como os deliciosos pastéis de nata ou de Santa Clara). Mas o burburinho e a paisagem, com direito a barcos pesqueiros na praia, compensam o artificialismo turístico.
Em Lagos, 78 km a oeste de Faro, a atmosfera portuguesa é autêntica.
Uma estátua do infante d. Henrique, o Navegador (1394-1460), recebe os visitantes para lembrá-los do passado glorioso do país. Conserva-se ali o local onde, acredita-se, houve o primeiro comércio de escravos.
A igreja de Santo Antônio, do século 18, ostenta um altar dourado impressionante.
Os restaurantes oferecem todo tipo de peixe, e nas ruas pipocam lojas de cerâmica, o suvenir mais atraente da região, ao lado dos tradicionais azulejos.
É nas proximidades de Lagos, também, que fica a ponta da Piedade, uma formação rochosa que adentra o mar, com inúmeras cavernas, um dos pontos mais bonitos do litoral algarvio.
Ainda no litoral, outro lugar que vale ver é Sagres, localizada na "pontinha" sudoeste da Europa. É onde fica o cabo de São Vicente. Diz-se que, na Idade Média, os europeus acreditavam ser ali o fim do mundo.

Interior
Uma das razões por que o Algarve tem clima tão mais quente que o resto da Europa são as montanhas que limitam a região ao norte, barrando o ar frio. Na serra de Monchique, bem próxima ao litoral, os laranjais que ladeiam as estradas na planície são substituídos por castanheiras, pinheiros e eucaliptos. Do pico mais alto, Fóia (902 m), avista-se a costa.
Nessa região é vendida a aguardente de medronho (uma fruta parecida com o morango), a medronheira, típica da região (e de fortíssimo teor alcoólico). Outro artigo artesanal que pode ser encontrado ali são os doces de marzipã, de todas as cores e formas.
O marzipã é feito de amêndoas, protagonistas de uma lenda da região. Segundo ela, um príncipe mouro teria coberto os campos de amendoeiras em volta de seu castelo para que suas flores brancas fizessem a sua amada, uma princesa nórdica, lembrar os flocos de neve de sua terra natal. (FRv)


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