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Cultura árabe dribla terremoto
DA ENVIADA ESPECIAL
O branco das casas e o formato
das chaminés, somados ao "al"
que inicia palavras como Algarve,
Albufeira e Almancil, mostram a
característica mais marcante do
litoral sul de Portugal: a influência
árabe, ou moura.
Faro foi a última cidade a ser tirada do domínio dos mouros.
Caiu em 1266, tomada por Afonso
3º. Apesar da destruição promovida pelos cristãos, que faziam
questão de derrubar as mesquitas
e construir igrejas em seu lugar, e
pelo terremoto de 1755, que devastou a região, algo da cultura
árabe sobreviveu no Algarve.
O maior sinal disso está no alto
de todas as casas. Uma ou várias
chaminés, lembrando minaretes,
enfeitam os telhados. Sua utilidade é duvidosa: não deve haver necessidade de lareira numa região
de clima mediterrâneo. Apesar
disso, construções modernas não
dispensam as suas, na cozinha ou
sobre outros cômodos da casa.
Uma das explicações para a
multiplicação das chaminés é a
demonstração de riqueza. Outras
teorias remetem à necessidade de
manter algo da religiosidade árabe. A caiação das casas também é
influência moura. O branco reflete a luz do sol, mantendo o interior da casa fresco.
(FRv)
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