São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2000


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Cultura árabe dribla terremoto

DA ENVIADA ESPECIAL

O branco das casas e o formato das chaminés, somados ao "al" que inicia palavras como Algarve, Albufeira e Almancil, mostram a característica mais marcante do litoral sul de Portugal: a influência árabe, ou moura.
Faro foi a última cidade a ser tirada do domínio dos mouros. Caiu em 1266, tomada por Afonso 3º. Apesar da destruição promovida pelos cristãos, que faziam questão de derrubar as mesquitas e construir igrejas em seu lugar, e pelo terremoto de 1755, que devastou a região, algo da cultura árabe sobreviveu no Algarve.
O maior sinal disso está no alto de todas as casas. Uma ou várias chaminés, lembrando minaretes, enfeitam os telhados. Sua utilidade é duvidosa: não deve haver necessidade de lareira numa região de clima mediterrâneo. Apesar disso, construções modernas não dispensam as suas, na cozinha ou sobre outros cômodos da casa.
Uma das explicações para a multiplicação das chaminés é a demonstração de riqueza. Outras teorias remetem à necessidade de manter algo da religiosidade árabe. A caiação das casas também é influência moura. O branco reflete a luz do sol, mantendo o interior da casa fresco. (FRv)


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