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Pergunta básica é saber se a comida a ser ingerida "pica'; a do tipo "árbol" é devastora
Pimenta é usada até na sobremesa
DO ENVIADO ESPECIAL AO MÉXICO
"Pica?" A pergunta pode soar
infame, levando-se em conta que
o assunto é comida. Mas no México ela é apropriada antes de se
provar o que seja: entrada, prato
principal, suco ou até mesmo a
sobremesa. "Picar", no linguajar
local, é arder. E para um brasileiro
médio (baiano, que seja), a comida mexicana "pica", sim.
O básico é entender um detalhe
simples. No México, comida é pimenta com alguma coisa. Basta
dizer que há chocolates com chile.
Um passeio pela feira mapeia o
território. De A a Z, há pimentas
devastadoras ("árbol"), suportáveis ("puya") e de efeito moral
("guajillo"). Como a variedade é
imensa ("mulato negro", "ancho
rojo", "pasillo negro"), o turista
deve perguntar: "pica o no pica?".
Dito isso, é justo reconhecer que
existem acepipes picantes deliciosos. Nem as populares tortillas escapam. Recheadas com queijo e
flor de "calabaza" (abóbora) ou
com carne de "cerdo" (porco) ou
de "pollo" (frango), elas são atração nas ruas e nos hotéis -acompanhadas, quase sempre, de duas
opções de molho.
A cidade é farta em alternativas.
Além da cozinha mexicana, é possível encontrar comida italiana,
oriental e até brasileira (caso do
restaurante Amazônia). Há ótimos restaurantes e bares, nas ruas
ou na rede hoteleira de alto padrão (em quatro estrelas como o
Alameda Colonial; www.hotelalameda.com.mx; cinco, como o
Virrey de Mendoza; www.hotelmex.com/hotelvirrey; ou os da
categoria especial, como Los Juaninos; www.hoteljuaninos.com.mx; e Villa Montaña; www.villamontana.com.mx).
Entre os restaurantes, chama
atenção o Casa de la Calzada
(www.casadelacalzada.com), um
charmoso casarão num dos calçadões de pedra perto do aqueduto.
A cozinha é contemporânea.
Serve peixes, carnes, pasta em
pratos coloridos e... picantes. Na
seção de caldos, uma iguaria típica: a sopa tarasca, de "frijol" (ou,
trocando em grãozinhos, feijão).
O San Miguelito (00/xx/52/443/
324-4411) vale ser conhecido pela
decoração. Há, à entrada, uma
pracinha de touros; ao fundo, o
clima é de antiquário, com cacarecos à venda e imagens do casamenteiro santo Antônio -a
maior delas, pendendo invertida
no teto, como recomendam as
simpatias. É parte do ritual deixar
um marido encomendado no livro de pedidos. Com um grupo de
"mariachis" para a serenata na
saída, como fazem os casadoiros
mexicanos, o plano seria quase
infalível: "Cucurucucuuu, paloma!"
(ISRAEL DO VALE)
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