São Paulo, segunda, 18 de maio de 1998

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"Cidade do leão' pariu historiador

do enviado especial

Recém-alistado no Exército britânico em 1956, o historiador inglês Peter Burke foi enviado para Cingapura. Autor de "A Arte da Conversação", ele narrou sua viagem num artigo, concluindo que "a experiência serviu para que eu me tornasse um historiador fascinado por interações culturais."
Mas nem tudo foi um mar de rosas para Burke, que viveu ao todo oito meses na "cidade do leão".
Burke ficou fascinado pelo ambiente dessa Cingapura governada pelos ingleses e ainda parte do território da Malásia e conta que, apesar de o inglês ser a língua oficial, a comunicação entre os homens lembrava uma babel.
Outro fato que marcou Burke foi a distância entre procedimentos "oficiais" e "não-oficiais". Objetos "desapareciam" dos almoxarifados e se materializavam nos mercados do centro com a mesma naturalidade que oficiais vendiam a gasolina dos carros do Exército.
Assim, apesar da crise de moradia que havia na cidade -hoje resolvida com a poupança compulsória do governo-, os ingleses tinham o suficiente para tomar cerveja Tiger e comer o prato típico "nasi goreng".
Como ainda ocorre, Burke conta que os malaios eram amigáveis com estrangeiros que mostrassem interesse por sua cultura, estratégia válida em nossos dias, especialmente para quem vai ao outro lado do mundo para capturar, com olhos de viajante, o que turistas nem sempre podem ver. (SC).



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