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"Cidade do leão' pariu historiador
do enviado especial
Recém-alistado no Exército britânico em 1956, o historiador inglês Peter Burke foi enviado para
Cingapura. Autor de "A Arte da
Conversação", ele narrou sua viagem num artigo, concluindo que
"a experiência serviu para que eu
me tornasse um historiador fascinado por interações culturais."
Mas nem tudo foi um mar de rosas para Burke, que viveu ao todo
oito meses na "cidade do leão".
Burke ficou fascinado pelo ambiente dessa Cingapura governada
pelos ingleses e ainda parte do território da Malásia e conta que,
apesar de o inglês ser a língua oficial, a comunicação entre os homens lembrava uma babel.
Outro fato que marcou Burke foi
a distância entre procedimentos
"oficiais" e "não-oficiais". Objetos "desapareciam" dos almoxarifados e se materializavam nos
mercados do centro com a mesma
naturalidade que oficiais vendiam
a gasolina dos carros do Exército.
Assim, apesar da crise de moradia que havia na cidade -hoje resolvida com a poupança compulsória do governo-, os ingleses tinham o suficiente para tomar cerveja Tiger e comer o prato típico
"nasi goreng".
Como ainda ocorre, Burke conta
que os malaios eram amigáveis
com estrangeiros que mostrassem
interesse por sua cultura, estratégia válida em nossos dias, especialmente para quem vai ao outro
lado do mundo para capturar,
com olhos de viajante, o que turistas nem sempre podem ver.
(SC).
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