São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2001

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Museu funde o bronze com a natureza

DO ENVIADO ESPECIAL

"Que privilégio para uma artista ver seus trabalhos reunidos num dos lugares mais lindos do país." É assim que Felícia Leirner resumia o prazer de ter a obra exposta em um dos maiores museus a céu aberto da América Latina.
O museu Felícia Leirner foi aberto em 1979, ano da inauguração do auditório Cláudio Santoro, do qual é vizinho. São cerca de cem esculturas em bronze, granito e cimento, que, em 350 mil m2, são representativas das diversas etapas da vida e da arte da escultora polonesa (1904-1996).
Felícia, radicada no Brasil (com o marido Isai) desde 1927, viveu 20 anos em Campos. A cidade foi para ela fundamental, em especial para o desenvolvimento de uma estética que aspira à fusão com a natureza. Marcas disso são óbvias na própria concepção do museu: "Uma escultura é como uma pedra, uma árvore. É uma forma que tem de ficar ao ar livre para estar completa", disse a artista.
Refazendo o percurso do museu, hoje o público depara obras que vão da fase inicial de Felícia, figurativa, a abstrações as mais ousadas. Uma delas, "Maternidade", explicita a verve ecológica da artista ao retomar o tema mítico da "árvore da vida".
Mais "privilegiados" que Felícia são o habitante e o visitante de Campos, por ter à disposição uma coleção de tal magnitude. Ainda mais durante o Festival de Inverno, quando som, forma e flora se integram do modo como a escultora profetizou: "Na minha primeira visita [ao local que abrigaria o museu", já antevia flores silvestres misturando-se à música tocada no auditório, numa viagem por caminhos pontilhados por minhas esculturas". (CCS)



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