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Museu funde o bronze com a natureza
DO ENVIADO ESPECIAL
"Que privilégio para uma artista ver seus trabalhos reunidos
num dos lugares mais lindos do
país." É assim que Felícia Leirner
resumia o prazer de ter a obra exposta em um dos maiores museus
a céu aberto da América Latina.
O museu Felícia Leirner foi
aberto em 1979, ano da inauguração do auditório Cláudio Santoro,
do qual é vizinho. São cerca de
cem esculturas em bronze, granito e cimento, que, em 350 mil m2,
são representativas das diversas
etapas da vida e da arte da escultora polonesa (1904-1996).
Felícia, radicada no Brasil (com
o marido Isai) desde 1927, viveu
20 anos em Campos. A cidade foi
para ela fundamental, em especial
para o desenvolvimento de uma
estética que aspira à fusão com a
natureza. Marcas disso são óbvias
na própria concepção do museu:
"Uma escultura é como uma pedra, uma árvore. É uma forma
que tem de ficar ao ar livre para
estar completa", disse a artista.
Refazendo o percurso do museu, hoje o público depara obras
que vão da fase inicial de Felícia,
figurativa, a abstrações as mais
ousadas. Uma delas, "Maternidade", explicita a verve ecológica da
artista ao retomar o tema mítico
da "árvore da vida".
Mais "privilegiados" que Felícia
são o habitante e o visitante de
Campos, por ter à disposição uma
coleção de tal magnitude. Ainda
mais durante o Festival de Inverno, quando som, forma e flora se
integram do modo como a escultora profetizou: "Na minha primeira visita [ao local que abrigaria o museu", já antevia flores silvestres misturando-se à música
tocada no auditório, numa viagem por caminhos pontilhados
por minhas esculturas".
(CCS)
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