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IN VINO VERITAS
Paridade facilita degustação de vinhos no país
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Quem vai à Argentina terá seguramente ao seu alcance um
variado leque de bons vinhos.
Não só porque o nosso vizinho
(que elabora 1,3 bilhão de litros/ano) é o quinto produtor
mundial, mas, principalmente,
porque, em busca de maior espaço internacional, os produtores platinos não param de
aprimorar os seus vinhos.
Hoje, a paridade peso/real facilita a festa. Melhor ainda:
quem se depara com uma carta
de vinhos num restaurante não
precisa necessariamente optar
pelos exemplares caros para
garantir bons goles. A maioria
das adegas de ponta tem exemplares muito bons entre os topos de gama, mas contam com
tintos e brancos gostosos no
elenco mais simples.
A Catena é um bom exemplo
disso. A casa da Província de
Mendoza tem na base da sua
pirâmide os Argento, um branco de uvas chardonnay e um
tinto malbec capazes de escoltar muito bem uma refeição
por um preço nada salgado.
Quem tiver um orçamento
mais folgado pode optar por alguns dos exemplares da linha
Alta, posicionada vários degraus acima no portfólio da
adega, como o Alta cabernet
sauvignon 99 (uma bela safra
na Argentina), tinto delicioso,
carnudo, bem estruturado.
Aliás, não é preciso se preocupar muito com as safras. As
de 97 e 99 foram destaque, mas,
em geral (com exceção de 98,
um ano terrível), quase todos
os anos são de qualidade.
Outra pedida é a Norton. A
adega tem belos varietais (vinhos de uma única uva), como
o malbec ou o barbera -e o
chardonnay é igualmente bom.
Nieto Senetiner é outra vinícola de respeito, produtora do
Bonarda Reserva, encorpado e
marcado por fruta, boa companhia para carne grelhada.
Merecem ser levadas em conta ainda a bodega Salentein (especialmente pelos seus Finca El
Portillo, de bela relação custo-qualidade) e a vinícola Doña
Paula, tanto pelos seus tintos e
brancos de batalha, os Los Cardos, como pelos varietais (destaque para o malbec e o sauvignon blanc). Top da casa, o Doña Paula Seleccion de Bodega é
um malbec de tirar o chapéu.
No mesmo time milita o Cobos, outro malbec de Mendoza,
elaborado pelo enólogo norte-americano Paul Hobbs, um tinto sedoso, concentrado, entre
os melhores do país. Bom, não
é de estranhar. Hobbs ajudou a
modelar, no seu início, os vinhos da Catena.
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