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R$ 1 = 1 PESO
Acervo do colecionador Eduardo Costantini inclui obras de Tarsila do Amaral, Frida Kahlo e Diego Rivera
Malba inventaria arte latino-americana
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES
O Malba (Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires)
foi inaugurado em setembro de
2001 no primeiro edifício projetado especialmente para abrigar um
museu na Argentina e já faz parte
do roteiro de qualquer pessoa que
vai à cidade.
À parte o fato de ser depositário
das obras de um dos maiores colecionadores de arte da América
Latina, o museu chama a atenção
dos brasileiros especialmente por
conter entre seus quadros um dos
maiores exemplares da nossa arte
nacional: o "Abaporu", pintado
por Tarsila do Amaral em 1928.
A obra foi adquirida num leilão
em Nova York, em 1995, por US$
1,35 milhão, pelo empresário e colecionador de arte argentino
Eduardo Costantini.
Mas não é a única das grandes
obras do financista, que se notabilizou pelos lances milionários em
leilões de obras latino-americanas. Em sua coleção, aparecem
também nomes célebres da arte
contemporânea brasileira, como
Lygia Clark, Franz Krajcberg, Hélio Oiticica, Abraham Palatnik,
Nelson Leirner, Mira Schendel e
mais outros.
Ou seja, num passeio descompromissado em Buenos Aires, é
possível apreender um pouco da
arte que foi produzida no Brasil
no último século, indo do "Abaporu" aos "Trepantes", de Clark;
da "Cena de Rua", de Di Cavalcanti, às sequências cinéticas de
Palatnik; da "Festa de São João",
de Candido Portinari, a alguns
dos "Metaesquemas", de Oiticica.
Tampouco faltam grandes
exemplares da arte moderna e
contemporânea de outros países.
Foi Costantini quem pagou o
maior preço por uma obra de arte
latino-americana em um leilão
-por "Auto-Retrato com Macaco e Papagaio", da mexicana Frida Kahlo, que lhe custou US$ 3,2
milhões em 1996.
Mas a obra mais dispendiosa da
coleção é do companheiro de Frida, Diego Rivera. Seu "Retrato de
Ramón Gomez de la Serna" custou US$ 3,5 milhões. Também
não desembolsou pouco por "A
Manhã Verde", do cubano Wilfrido Lam: US$ 1,2 milhão, em 1998.
A obsessão/vício de Costantini
pelos grandes da América Latina
rendeu um museu dinâmico e didático. Nomes essenciais da arte
da "latinoamérica" estão ali: Xul
Solar, Joaquín Torres-García,
Diego Rivera, Julio Le Parc, Juan
Battle Planas.
É possível até se deparar, logo
na entrada, com um "Penetrável",
do venezuelano Jesús Soto, emprestado ao museu por outra
grande colecionadora de arte latino-americana, a também venezuelana Patricia Cisneros.
Ao mesmo tempo, o Malba promove exposições de artistas argentinos em atividade, como
Marta Ares, Leo Battistelli e Cristina Schiavi.
(ALEXANDRA MORAES)
Malba - Av. Figueroa Alcorta, 3.415, tel.
0/xx/54/11/4808-6500, www.malba.org.ar; aberto de quinta a segunda e feriados das 12h às 20h; quartas até 21h;
ingresso: 5 pesos (adultos), 2,50 pesos
(professores e maiores de 65 anos), gratuito (estudantes e menores de 12 anos);
entrada franca para todos às quartas.
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