São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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"IN AND OUT"

Escolha de quais instituições incluir no roteiro deve se basear no gosto do viajante, que não tem como ver tudo

Museus e coleções enlouquecem turista

DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Esse amontoado de fotos e essa extensa legenda reproduzem, mais ou menos, a enxurrada de informações que deixa o turista tonto em Nova York.
Do mesmo jeito que é pouco provável chegar ao fim da legenda, é quase impossível explorar com calma todos os museus nova-iorquinos, que são, em grande parte, responsáveis pelo enlouquecimento de quem viaja para a cidade.
Como encaixá-los todos nos dias de visita? Quais deixar de lado? O que fazer com o cansaço e o limite físico dos olhos diante de tanta obra? Essas perguntas reverberam na cabeça do visitante, que ao mesmo tempo não pode deixar de caminhar calmamente pelas ruas, passear pelo Central Park, fazer compras com calma e tudo o mais que há a fazer.
Além dos gigantes obrigatórios: MoMA, Solomon R. Guggenheim, Metropolitan e Museu de História Natural, há muitos outros. E o que dita se o museu vale a visita é o gosto do freguês. Em caso de desorientação, há alguns pequenos museus que tomam pouco tempo, não dão dor nas costas e têm boas coleções ou excelentes exposições, como a Frick Collection e o Cooper-Hewitt. (HELOISA LUPINACCI)

 

MoMA
www.moma.org
É o único que fica aberto às segundas. Parece uma boa idéia visitá-lo nesse dia, mas não é. Ele fica lotado, com todas as pessoas que tiveram essa brilhante idéia. Se chover, é pior ainda. Escolha outro dia e se prepare para passar um longo período ali -até porque o ingresso custa US$ 20.
Além do acervo permanente, há muitas e boas exibições em cartaz. Quem estiver a caminho agora, vai conferir, até 30/6, a exposição do artista plástico dinamarquês Olafur Eliasson, que acontece no MoMA e na P.S.1 ao mesmo tempo. Até março do ano que vem, fica em cartaz a mostra de capas da Esquire feitas por George Lois.

METROPOLITAN
www.metmuseum.org
Monstruosamente grande, é um desafio à objetividade. Antes de entrar, pegue o mapa e escolha o que você quer ver. Mesmo assim, ao passar por uma ala para chegar à outra, é impossível ignorar o que está exposto.
De qualquer maneira, confira o templo de Dandur, edificação egípcia que fica exposta em uma sala envidraçada. Também não deixe de ir ao telhado -aberto durante o verão- onde rola um happy hour. Em cartaz até 1º/9, Superheroes: Fashion and Fantasy, exibe trajes de super-heróis.
O ingresso custa US$ 20, mas é preço sugerido. Basta dizer quanto você quer pagar para entrar.

COOPER-HEWITT
www.cooperhewitt.org
O museu nacional do design, ligado ao instituto Smithsonian, é o único dos EUA todo dedicado ao tema.
Localizado na casa em que morava o magnata Andrew Carnegie -que mandou construir a sala de concerto que leva seu nome-, o museu em si já vale como exposição.
Em algumas salas dá para ficar tonto com os detalhes de madeira, dos papéis de parede, dos tetos, dos carpetes.
Está em cartaz, até 6 de julho, exposição sobre o rococó, que revisa o termo, reunindo art nouveau, criações contemporâneas e obras desse período histórico. No subsolo, uma pequena exposição sobre mostruários de cores, tecidos e afins convida a pensar sobre como são feitas as escolhas dos criadores de moda e design.
Ingresso: US$ 15.

FRICK COLLECTION
www.frick.org
É mais um caso de museu em que o imóvel em si já é uma exposição -e vale como uma espiada na vida doméstica de uma família de milionários. A casa de Henry Clay Frick (1849-1919), magnata do aço e colecionador de arte, tem muitos de seus cômodos mantidos com a decoração original -o jardim interno é um deles, o escritório é outro.
Tecidos, borlas e móveis podem passar despercebidos diante de Vermeers, Goyas e Constables, mas vale demorar um pouco mais na visita para observar esses detalhes. Para quem vai ficar uma semana na cidade, é um dos museus obrigatórios.
Ingresso: US$ 15

SOLOMON R. GUGGENHEIM
www.guggenheim.org/new_york_index.shtml
O célebre prédio de Frank Lloyd Wright está em obras, com a fachada coberta por andaimes, o que é uma frustração. As obras de restauração devem ser concluídas em setembro.
Mas o museu segue mais ou menos aberto. É que com a reforma e a montagem da retrospectiva da obra da francesa Louise Bourgeois (que abre em 27 deste mês), diversas galerias estão fechadas -a coleção permanente está quase toda guardada. Durante esse período, o preço dos bilhetes é reduzido. De qualquer forma, a taxa de entrada padrão é de US$ 18.

HISTÓRIA NATURAL
www.amnh.org
Os esqueletos de dinossauro são uma das coisas mais legais de toda a cidade. E são muitos. Se não for muito fã de história natural, vale ao menos entrar na recepção da entrada principal, na rua 79th West, para ver dois enormes esqueletos.
Dentro do museu, além dos dinos, siga para as seções de taxidermia, onde os animais são expostos diante de dioramas -cenários que reproduzem o ambiente em que vivem. É preciso um pouco de paciência com a grande quantidade de crianças, mas os comentários delas são impagáveis. Vale a pena também conhecer o planetário que fica ali dentro, cujo ingresso é comprado à parte na bilheteria do museu. O ingresso custa US$ 15. O combinado com entrada no museu e no planetário, US$ 22.

NEW MUSEUM
www.newmuseum.org
Mais um museu que vale pelo prédio -concluído em 1º/12/2007, projetado pela dupla Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, do escritório SANAA (www.sanaa.co.jp).
Na rua Bowery, no Chelsea, o prédio é em forma de caixas empilhadas e tem, no topo, uma varanda que deve ser visitada por guardar vista dos tetos dos prédios, com aquelas caixas-d'água que parecem foguetes que acabaram de aterrissar. As exposições podem ser medianas, mas isso não deve desencorajar a visita.
O ingresso custa US$ 12.

ARTS AND DESIGN
www.madmuseum.org
O museu dedicado a artes aplicadas está de mudança. Ele ficava diante do MoMA e agora vai ser reaberto, em setembro, na nova sede, no Columbus Circle. O projeto do novo prédio foi escolhido a partir de concurso que teve a iraquiana Zaha Hadid como finalista. Mas o vencedor foi o desenho do escritório Allied Works (www.alliedworks.com), de Portland.

MORGAN LIBRARY
www.themorgan.org
A arte em papel tem destaque nessa coleção que exibe, até setembro deste ano, as três bíblias de Gutenberg -primeiro livro impresso no Ocidente- que integram o acervo permanente da instituição. Há programação de mostras temporárias.
O ingresso custa US$12.

WHITNEY
www.whitney.org
A bienal da Whitney já acabou e, agora, os trabalhos da coleção -com obras de arte do século 20- voltarão a ser expostas. Além delas, há exposição de polaroids de Robert Mapplethorpe, em cartaz até 7 de setembro.
O ingresso custa US$ 15.


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