São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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"IN AND OUT"

O bairro chinês guarda ao menos duas boas refeições; para comer dim sum é preciso deixar frescura de lado

Pato e bolinhos misteriosos conduzem a Chinatown

DA ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Quinquilharias e ingredientes que parecem ter vindo de outro planeta arrastam nova-iorquinos e turistas às tumultuadas ruas de Chinatown, o bairro chinês de Nova York.
A caminhada, diurna ou noturna, por essas ruas, rende, além de uma certa vontade de nas próximas férias ir a Xangai ou Pequim, alguns dos melhores suvenires de viagem -como os chás à venda no supermercado Hong Kong, no 109 da avenida East Broadway. Além disso, o bairro guarda duas refeições que devem constar do plano de viagem.
Uma delas está no Peking Duck House e consiste em um pato de cor acobreada que, depois de ser cortado com habilidade por um chinês grandalhão e habilidoso, chega à mesa em fatias formadas por uma casquinha de pele, a camada fina de gordura e a carne suculenta.
As fatias, com molho e pepinos e cebolinha frescos e cortadinhos, são colocadas, pelo comensal, em uma panquequinha fina e quente que, enrolada, é levada à boca com as mãos.
É uma refeição pesada, mas vale esquecer o cuidado com o corpo por alguns instantes.
Para duas pessoas, o meio pato custa US$ 40 e mais do que basta. Com bebidas e taxas, a refeição sai por US$ 58.
O preparo do pato inclui bombear a ave com ar, para que a pele fique esticada. Depois, ele toma alguns banhos de água fervente e é seco. A pele seca é esfregada com xarope de maltose, e o pato é levado ao forno.
A outra refeição está no Golden Unicorn, e consiste em tentar desvendar o que são os bolinhos, sopas e afins servidos no famoso dim sum do lugar.
É uma aventura. Os salões do unicórnio dourado ocupam dois andares do prédio, e a fila de espera se forma, portanto, no hall do térreo. De lá, a hostess direciona os clientes para os andares, onde eles são recebidos por um mâitre.
Acomodado, o cliente espera a passagem de carrinhos com a comida. O dim sum é uma espécie de brunch, uma combinação de café da manhã com almoço. O forte são os bolinhos recheados e cozidos no vapor.
E a aventura começa ao tentar entender o que vem no bolinho, pois nem a hostess, nem o mâitre e nem as garçonetes que arrastam os carrinhos falam uma palavra em inglês.
Ao apontar um carrinho e perguntar à garçonete qual daqueles bolinhos tinha "pork" (carne de porco), a reportagem da Folha presenciou um "tilt".
A garçonete começou a apontar todos os bolinhos e a repetir: "pork, pork, pork, pork". Finalmente escolhido um deles, o recheio era de camarão. A solução é entregar a Tsao Chün, a deidade chinesa da comida, e levar a iguaria à boca.
A refeição é tradicionalmente acompanhada de chá e vale por um almoço. Os itens são cobrados um a um e, no final, uma refeição para dois -que nesse dia provavelmente vão apenas jantar- custa cerca de US$ 20. (HELOISA LUPINACCI)

PEKING DUCK HOUSE
Rua Mott, 28; de dom. a qui., das 11:30 às 22h30; às sex. e aos sáb., das 11h45 às 23h; tel.: 00/xx/1/ 212/227-1810; www.pekingduckhousenyc.com

GOLDEN UNICORN
Av. East Broadway, 18; de seg. a sex., das 9h às 23h; aos sáb. e dom., das 8h às 24h; Tel.: 00/xx/1/212/941-0911

SUPERMERCADO HONG KONG
av. East Broadway, 109 Tel.: 00/xx/1/212/227-3388


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