|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País corta cabeças e enriquece
CARLA ARANHA
da Reportagem Local
A pena de morte por crucificação
é aplicada desde 1985. Partidos políticos, não há. O xeque Zayed bin
Sultan Annahyan ocupa o posto de
chefe de Estado há 27 anos, desde
1971, quando o país foi criado. O
chefe de governo, o xeque Maktoum bin Rashid al Maktoum,
"herdou" o cargo: ele sucedeu seu
pai, morto em 1990.
Se, por um lado a balança política
dos Emirados Árabes Unidos parece pender pouco para a democracia, por outro o país desfruta de
uma posição pacífica invejável no
turbulento Oriente Médio.
A nação assume uma postura
neutra nas disputas travadas na região. Também é complacente no
quesito religião -de maioria islâmica (96% da população), não
obriga as mulheres a usar véus e
permite que elas dirijam, contrariando uma prática da maioria dos
países muçulmanos. Além disso,
bebidas alcoólicas podem ser consumidas nos hotéis e existe uma liberdade de culto.
Tolerância à parte, os Emirados
Árabes constituem uma nação fortemente armada. O país é cliente
fiel das indústrias de armamentos
dos Estados Unidos e da França
desde a guerra entre o Irã e o Iraque (1980-1988). Chega a investir
nada menos que 60% de seu orçamento anual na compra de armas.
Graças à riqueza proporcionada
pelas reservas de petróleo e de gás
natural, os Emirados Árabes conseguem dirigir outro quinhão considerável de seus ganhos para a
educação e a saúde, que ficam a
cargo do Estado.
²
História
Os sete Emirados Árabes (Abu
Dhabi, Dubai, Charjah, Fujairah,
Ajman, Umm al Qaiuain e Ras al
Khaimah) uniram-se em 1971 para
governar juntos o território correspondente à antiga costa dos Piratas, à beira do golfo Pérsico, que
havia sido dominada pelos portugueses no século 16.
No início do século 19, quando a
Inglaterra lançou uma ofensiva
mundial para acabar com a pirataria e o tráfico de escravos, atacou o
Emirado de Ras al Khaimah.
Essa política, criada para garantir a existência de um mercado
consumidor dos produtos ingleses, atingiu seu ápice na região
quando, em 1892, o Império Britânico assumiu o controle dos Emirados locais.
A situação perdurou até 1971.
Naquele ano, os xeques dos Emirados decidiram unir forças para recuperar a autonomia do território
e finalmente formaram uma nação
autônoma.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|