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Ampliada em 1998, região portuária repaginada por Renzo Piano recebe 1,4 milhão de visitantes por ano
Aquário guiou regeneração do Porto Antico
DO ENVIADO ESPECIAL À LIGÚRIA
Dez milhões de visitantes estiveram ali em pouco mais de uma
década: quando o genovês Renzo
Piano iniciou a reurbanização do
Porto Antico, reaberto em 1992,
pouca gente imaginava uma revolução urbanística tão importante.
Com a intervenção, a antiga zona degradada de Gênova assumiu
foros de sala de visitas. De quebra,
a regeneração dotou a região da
Ponte Spinola de um dos mais arrojados aquários europeus.
Financiado pela família Costa,
que então era proprietária da Costa Cruzeiros (hoje parte do grupo
Carnival), o Aquário de Gênova
(www.acquariodigenova.it) saiu
na verdade da prancheta do norte-americano Peter Chermayeff, o
mesmo que, em 1998, projetou o
Oceanário de Lisboa e fez obras
congêneres em Baltimore e San
Francisco -ambas nos EUA.
Depois, o aquário genovês
-que recebe 1,4 milhão de visitantes anualmente e emprega 250
pessoas- foi ampliado com a
ajuda do estaleiro Fincantieri.
Com a reforma, em 1998, o
aquário passou, com algum exagero, a se reivindicar o maior do
mundo, ocupando uma área de 10
mil metros quadrados.
Abrigando 6.000 animais de 600
espécies em 70 tanques, que contêm 6 milhões de litros de água, o
aquário tem a forma de um navio
e 160 km de canos, e a luz que consome daria para iluminar 500
apartamentos de dois quartos.
Para os animais, são necessárias
mais de 200 toneladas de alimento anualmente.
Fabricadas nos EUA, as paredes
de acrílico dos tanques chegam a
ter 25 cm de espessura e são soldadas apenas com resina de vidro,
formando tanques que abrigam
golfinhos, tubarões, medusas,
águas-vivas, moréias, tartarugas,
focas, pinguins e até jacarés, sapos
e peixes tropicais, como piranhas.
Mas o que chama a atenção é a
proposta que está por trás do
aquário, cuja filosofia é ensinar às
novas gerações que o relacionamento da humanidade com os
mares precisar ser norteado por
ações conscientes.
Os exploradores dos mares
também são lembrados no aquário que, no entanto, cobra uma
entrada algo salgada: 12 para
adultos e 7 para crianças.
Aberto às segundas, terças,
quartas e sextas, das 9h30 às
19h30, o aquário permite, nesses
dias, a entrada de público até as
17h30. Aos sábados, domingos e
feriados, o funcionamento vai até
as 20h30, com entrada permitida
até as 18h30.
Entorno
No cais ao lado do aquário, o arquiteto Renzo Piano projetou
mastros que brotam do mar e seguram um pavilhão, onde se pode
dançar, e também erguem um
elevador panorâmico giratório.
Chamado de Bigo, esse elevador,
içado por cabos, sobe 40 m, virando 360 e revelando toda a área
portuária remodelada.
Os pavilhões ao redor do aquário abrigam locais de diversão, como o cais "Rosa dei Venti", onde
há um clube noturno, e o restaurante "I Tre Merli", na Pallazina
Millo, informal e de comida moderna, onde um forno à lenha deixa o ambiente mais do que cálido.
Ainda na vizinhança do aquário, o Pavilhão do Mar e da Navegação conta um pouco da aventura do homem no oceano, ocupando com imaginação uma aérea de
2.000 m2 distribuídos em dez salas.
(SILVIO CIOFFI)
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