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São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2003

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Ampliada em 1998, região portuária repaginada por Renzo Piano recebe 1,4 milhão de visitantes por ano

Aquário guiou regeneração do Porto Antico

DO ENVIADO ESPECIAL À LIGÚRIA

Dez milhões de visitantes estiveram ali em pouco mais de uma década: quando o genovês Renzo Piano iniciou a reurbanização do Porto Antico, reaberto em 1992, pouca gente imaginava uma revolução urbanística tão importante.
Com a intervenção, a antiga zona degradada de Gênova assumiu foros de sala de visitas. De quebra, a regeneração dotou a região da Ponte Spinola de um dos mais arrojados aquários europeus.
Financiado pela família Costa, que então era proprietária da Costa Cruzeiros (hoje parte do grupo Carnival), o Aquário de Gênova (www.acquariodigenova.it) saiu na verdade da prancheta do norte-americano Peter Chermayeff, o mesmo que, em 1998, projetou o Oceanário de Lisboa e fez obras congêneres em Baltimore e San Francisco -ambas nos EUA.
Depois, o aquário genovês -que recebe 1,4 milhão de visitantes anualmente e emprega 250 pessoas- foi ampliado com a ajuda do estaleiro Fincantieri.
Com a reforma, em 1998, o aquário passou, com algum exagero, a se reivindicar o maior do mundo, ocupando uma área de 10 mil metros quadrados.
Abrigando 6.000 animais de 600 espécies em 70 tanques, que contêm 6 milhões de litros de água, o aquário tem a forma de um navio e 160 km de canos, e a luz que consome daria para iluminar 500 apartamentos de dois quartos.
Para os animais, são necessárias mais de 200 toneladas de alimento anualmente.
Fabricadas nos EUA, as paredes de acrílico dos tanques chegam a ter 25 cm de espessura e são soldadas apenas com resina de vidro, formando tanques que abrigam golfinhos, tubarões, medusas, águas-vivas, moréias, tartarugas, focas, pinguins e até jacarés, sapos e peixes tropicais, como piranhas.
Mas o que chama a atenção é a proposta que está por trás do aquário, cuja filosofia é ensinar às novas gerações que o relacionamento da humanidade com os mares precisar ser norteado por ações conscientes.
Os exploradores dos mares também são lembrados no aquário que, no entanto, cobra uma entrada algo salgada: 12 para adultos e 7 para crianças.
Aberto às segundas, terças, quartas e sextas, das 9h30 às 19h30, o aquário permite, nesses dias, a entrada de público até as 17h30. Aos sábados, domingos e feriados, o funcionamento vai até as 20h30, com entrada permitida até as 18h30.

Entorno
No cais ao lado do aquário, o arquiteto Renzo Piano projetou mastros que brotam do mar e seguram um pavilhão, onde se pode dançar, e também erguem um elevador panorâmico giratório. Chamado de Bigo, esse elevador, içado por cabos, sobe 40 m, virando 360 e revelando toda a área portuária remodelada.
Os pavilhões ao redor do aquário abrigam locais de diversão, como o cais "Rosa dei Venti", onde há um clube noturno, e o restaurante "I Tre Merli", na Pallazina Millo, informal e de comida moderna, onde um forno à lenha deixa o ambiente mais do que cálido.
Ainda na vizinhança do aquário, o Pavilhão do Mar e da Navegação conta um pouco da aventura do homem no oceano, ocupando com imaginação uma aérea de 2.000 m2 distribuídos em dez salas. (SILVIO CIOFFI)


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