São Paulo, Segunda-feira, 21 de Junho de 1999
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VERÃO SICILIANO
Teatro grego, talhado em rocha calcária, era usado para encenações das peças de Ésquilo e assembléias
Siracusa exibe cultura greco-romana

da enviada especial à Sicília

Siracusa, construída na brancura da pedra calcária, é a cidade de um sábio e de uma donzela.
O sábio é Arquimedes (287 a.C.-212 a.C), o matemático a quem é atribuída a invenção da alavanca. A donzela é Aretusa, que se transformou em água para fugir de um amor indesejado.
Segundo a lenda, a deusa grega Ártemis transformou Aretusa numa fonte que começou na Grécia, atravessou o mar e chegou à ilha de Ortígia -uma ilhota ligada a Siracusa. Até hoje, a fonte de Aretusa é um dos pontos turísticos da cidade, e aretusa era o nome de uma antiga moeda local.
Os registros mais confiáveis indicam que Siracusa foi fundada em 734 a.C. pelos gregos. A cidade fica fora da Província de Catânia, mas a viagem de carro até lá dura menos de uma hora e meia.
Em Siracusa, uma das principais atrações é o parque arqueológico, com ruínas de construções gregas e romanas. A principal delas é o teatro grego, usado na Antiguidade tanto para encenações de tragédias de Ésquilo como para a realização de assembléias populares.
Toda a estrutura do teatro foi totalmente escavada na rocha calcária. Por trás do teatro, fica uma espécie de caverna chamada de "Orelha de Dionísio", em homenagem ao mitológico deus da dança e do vinho.
A caverna é um amplificador natural. Uma lenda diz que ela servia para que um tirano governante do lugar pudesse ouvir as conversas das pessoas detidas nas galerias, usadas como prisão.
Servia também como um local de amplificação acústica para as apresentações teatrais.
Caminhando pela cidade de Siracusa e chegando à ilha de Ortígia, o programa é passear sem rumo: observar a fonte de Aretusa, flanar pela orla e tomar sorvete de todos os sabores.
Na fonte, crescem papiros -a planta usada na Antiguidade para a produção de papel. Perto da fonte, uma fábrica de papiro recebe grupos de turistas interessados em conhecer o processo de fabricação.
Ainda na ilha de Ortígia, a catedral (Duomo) é um exemplo da coexistência de estilos arquitetônicos. As colunas principais são dóricas, remanescentes de um templo grego do século 5º a.C.
O templo foi transformado pelos bizantinos em uma igreja cristã e ganhou novas colunas e arcos; depois, foi coberto de mosaicos pelos normandos. Os terremotos de 1545 e 1693 destruíram parte da fachada, reconstruída em estilo barroco. (FE)


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