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Segredo do canyoning é manter pés firmes no paredão
ANDREA LIE IWAMIZU
em Brotas
O mais difícil no canyoning é dar
o primeiro passo. Para trás, com
um pé apoiado em um ângulo de
noventa graus no meio do rio e o
outro pisando no ar. Olhando para
baixo, a cachoeira, com 35 metros
de altura.
O segundo passo é sentir o outro
pé bem firme na parede de pedra.
A descida fica mais fácil depois que
os dois pés ficam alinhados na vertical com uma certa estabilidade.
Para conseguir, é preciso manter
as pernas bem esticadas, com o
corpo perpendicular ao paredão.
A presença do instrutor de ca-nyoning na beira da cachoeira ajuda a manter a calma no primeiro
metro de descida. É preciso ter um
pouco de força e coordenação: a
mão direita vai avançando na corda, atrás das costas, e a esquerda
segura o trecho na frente do corpo.
A água vai ganhando força depois dos primeiros metros, e fica
complicado manter as pernas esticadas com os pés colados na parede. Olhando para cima, o instrutor
já sumiu. Para baixo, a água fica
mais forte.
É preciso relaxar para chegar até
o fim. Mas sem tirar as pernas da
posição, senão fica difícil se arranjar sozinha no meio do caminho.
Espere a hora em que o outro instrutor, lá embaixo, puxa a corda de
sustentação e afasta seu corpo do
paredão. Dá medo, mas a sensação
de voar é deliciosa.
A regra básica para estrear no
canyoning é ganhar confiança no
equipamento tirando todas as dúvidas sobre as regras de segurança.
Ajuda saber, por exemplo, que as
cordas finas aguentam quatro toneladas. Fazer o teste no rapel vale
mais que qualquer teoria.
Não se arrisque na empreitada
sem capacete. Assim que começar
a descer a cachoeira, você vai descobrir que ele é indispensável para
evitar batidas na pedra, mas principalmente para absorver o impacto da água. E nem pense em botar
os pés no rio sem estar com o cinto
preso por um mosquetão à corda
de segurança.
O melhor do canyoning é que todos chegam até o fim, porque depois de uma certa etapa é impossível escalar a cachoeira e desistir da
descida.
Você também vai conseguir. Na
prática, é só uma questão de saber
mudar de eixo e aproveitar.
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