São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2000


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CHILE ÁRIDO
Antigos sítios próximos a San Pedro revelam construções usadas pelos atacamenhos há mais de 2.000 anos
Iglus de barro emergem de aldeia soterrada

DA ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

Os adeptos da dobradinha diversão/cultura não podem deixar de dar um mergulho na história e conhecer os sítios arqueológicos localizados nos arredores de San Pedro de Atacama.
Com um histórico de ocupação pelo homem de mais de 11 mil anos, a região conserva ainda vestígios dessas antigas civilizações.
O povoado de Tulor, a 10 km de San Pedro, foi ocupado, segundo estudos, entre os anos 800 a.C. e 200 d.C. Era uma aldeia construída pelos primeiros agricultores que ocuparam a região.
As casas, feitas em barro, em formato circular, lembram os iglus dos esquimós. São unidas por pátios e caminhos. A aldeia é circundada por um muro de proteção. Apesar desse cuidado, a área foi totalmente recoberta por areia. Apenas uma pequena parte do sítio foi escavada até agora, mas é o suficiente para ter uma idéia de como era a aldeia.
Ao lado do povoado original, com acesso limitado a uma passarela lateral cercada, foram reproduzidas duas casas, que podem ser examinadas pelos visitantes.
Outra ruína impressionante é a da fortaleza de Quitor, a 3 km de San Pedro, ao lado do rio que dá nome ao povoado. Estimativas indicam que foi construída por volta do ano 1000 d.C.
As construções em pedra estão situadas em um morro, o que dificultava o acesso e tornava o local mais seguro contra os ataques inimigos. Ali ficava a principal capital do povo atacamenho.
Em 1540 ocorreu a conquista da fortaleza pelos espanhóis. Um grupo de 30 homens conseguiu subjugar cerca de mil índios. Para isso, contaram com a surpresa da população local diante de cavalos e armas de fogo.
Os principais líderes dos indígenas tiveram suas cabeças cortadas e expostas nos muros.
A parte central da fortaleza foi reconstruída -sem os telhados- e é aberta à visitação.
Outro passeio interessante, possível com a ajuda de guias, é chegar a locais onde estão registrados hieróglifos, gravados na pedra.
Também vale a pena uma visita ao Museu Arqueológico Gustavo Le Paige, em San Pedro. Ali, vitrines bem montadas traçam um detalhado painel da evolução da ocupação humana na região.
O museu guarda ainda múmias de antigos moradores, cujos corpos foram conservados naturalmente devido ao clima frio e seco e à salinidade do solo.
A mais famosa múmia, no entanto, a da miss Chile, já não está em exposição, por questões de conservação e de pressões dos moradores do povoado.
Trata-se do corpo de uma jovem, morta provavelmente no início da Era Cristã. A ação do clima conservou a pele e os cabelos, permitindo vislumbrar sua fisionomia. A múmia foi substituída por uma reconstituição do corpo. (ROSANA DE VASCONCELLOS)


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