São Paulo, Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 1999
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Madri e Barcelona rivalizam
em agitação

do enviado especial

Uma velha disputa com Barcelona ofusca o brilho de Madri. Apesar de não ser tão charmosa, Madri rivaliza em agitação e atrações culturais. Com 3 milhões de habitantes, a cidade leva a fama de ter a noite mais animada da Europa. De dia, há atrações como o "Triângulo Dourado", três museus com um dos melhores acervos do mundo.
A Madri do final dos anos 90 é embalada pelo movimento cultural conhecido como "la movida", que tem gerado novos cineastas, escritores e arquitetos.
O clima de renovação é notável na paisagem. Construções históricas dos séculos 16, 17 e 18 ganharam uma iluminação que lhes dá um ar imponente. No Paseo da Castellana, novos prédios de escritórios mostram o dinamismo da economia espanhola.
O centro histórico continua sendo o maior foco de agitação. Com prédios antigos, de tijolos vermelhos e telhados cinza, praças com monumentos grandiosos e ruas estreitas e tortas, o centro reúne algumas das principais atrações.
A imponente Plaza Mayor, do século 17, presenciou importantes momentos da história. Das sacadas de seus prédios, de três andares, os madrilenos assistiram a touradas, casamentos de reis e execuções da época da Inquisição.
Uma caminhada pelas ruas do bairro revela belas construções, como a medieval Plaza de la Villa, onde fica a Torre de los Lujanes. A Puerta del Sol, do século 17, é o centro geográfico e nervoso de Madri. De dia e de noite, há uma multidão circulando pelas lojas e pelos cafés das imediações.
Os velhos prédios da Madri antiga são um ponto badalado, onde moram artistas e intelectuais ricos. Especialmente perto do Palácio Real, residência da família real até 1931. Hoje, a luxuosa construção, do século 18, está aberta ao público três vezes por semana, quando não dá lugar a eventos oficiais.
Atrações como essa estão dispersas por Madri. O trânsito intenso e, muitas vezes, o ar de metrópole moderna escondem alguns dos pontos mais interessantes da capital espanhola. Para quem gosta de arte e tem pouco tempo, Madri é cruel. Visitar o museu do Prado, o Reina Sofia e o Thyssen-Bornemisza é tarefa para vários dias.
Esses museus guardam obras de arte de todo o mundo, mas são especialmente generosos com os artistas espanhóis, como Velázquez, Goya, Dalí e Picasso. Este ano, a cidade deve contar com vários eventos para comemorar os 400 anos de nascimento de Velázquez.
Nas imediações de Madri, também há excesso de ofertas para quem gosta de história e de arte. Além da medieval Toledo, existe o El Escorial. Sua construção começou em 1563, como pagamento de promessa do religiosíssimo rei Felipe 2º, após vitória em batalha contra os franceses.
O lugar serviu como mosteiro e palácio real, abriga obras de arte, uma basílica e o impressionante panteão real, onde estão as tumbas de praticamente todos os sucessores de Felipe 2º. (RG)


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