São Paulo, Segunda-feira, 22 de Março de 1999
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LINHA CRUZADA
Passeio de bicicleta de Baños, nas montanhas, até Puyo descortina cachoeiras e uma paisagem alucinante
Aventura chega à Amazônia pedalando

da enviada especial ao Equador

Do alto das montanhas até as portas da selva amazônica são cerca de 70 km, a partir da cidadezinha de Baños. Você pode fazer o percurso, quase todo de descida, de ônibus, carro ou bicicleta, na estrada que liga Baños a Puyo, no início da Amazônia.
Ir de bicicleta parece uma aventura? Bom, de certa forma é. Na estrada, de mão dupla, ônibus, caminhões e carros fazem o ar a sua volta tremer. Você também passa por um túnel cavado na montanha, sem iluminação.
Mas só movido a duas rodas é possível parar a cada surpresa do caminho, que é poeticamente decorado por várias cachoeiras e abismos de tirar o fôlego.
Preocupado com a volta? Esqueça. É só pegar um ônibus para Baños e colocar a bicicleta no capô, o que é muito comum. Em Baños, dá para alugar mountain bikes por US$ 4. Depois, é só pegar a estrada e observar como a paisagem muda deliciosamente a cada quilômetro.
Você sai das montanhas, com vegetação mais rasteira, muitas flores e rios de águas cristalinas, até chegar à planície amazônica.
O cenário então cobre-se, algo repentinamente, de um manto verde. Aquele riozinho torna-se febril, adquirindo tons de terra e se alargando.
Puyo, onde existe uma base dos Peace Corps, dos EUA, catapulta definitivamente o visitante para o clima de floresta. Casas de madeira e ruas de terra dão o toque final a essa atmosfera cinematográfica.
No parque do rio Puyo, na cidade, você pode caminhar por trilhas (molhadas, é claro) no meio da floresta, acompanhando o curso das águas. Pontes pênseis de feições antiquadas garantem o livre tráfego entre um margem e outra.

"Pueblito mio"
A maioria dos equatorianos ama o lugar, uma espécie de Campos do Jordão ou Petrópolis local. Com apenas 16 mil habitantes, Baños parece ter sido traçada para fins turísticos, cercada por altíssimas montanhas de onde se desprendem quedas d'água.
Uma meia dúzia de ruas estreitas, cheias de restaurantes, hotéis e cafés moldam o "pueblito". Isso sem falar nas salsotecas.
No Equador, as rádios são especialistas em salsa, merengue, rumba e derivados. Mesmo que você não goste desses ritmos, ir a uma salsoteca garante uma boa dose de diversão. Os passos (há uma porção de regras) no início parecem complicados, mas depois você pega no embalo. Os equatorianos adoram ajudar os forasteiros e dançam sem parar. Aproveite! (CARLA ARANHA)


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