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LINHA CRUZADA
Passeio de bicicleta de Baños, nas montanhas, até Puyo descortina cachoeiras e uma paisagem alucinante
Aventura chega à Amazônia pedalando
da enviada especial ao Equador
Do alto das montanhas até as
portas da selva amazônica são cerca de 70 km, a partir da cidadezinha de Baños. Você pode fazer o
percurso, quase todo de descida,
de ônibus, carro ou bicicleta, na estrada que liga Baños a Puyo, no início da Amazônia.
Ir de bicicleta parece uma aventura? Bom, de certa forma é. Na estrada, de mão dupla, ônibus, caminhões e carros fazem o ar a sua volta tremer. Você também passa por
um túnel cavado na montanha,
sem iluminação.
Mas só movido a duas rodas é
possível parar a cada surpresa do
caminho, que é poeticamente decorado por várias cachoeiras e
abismos de tirar o fôlego.
Preocupado com a volta? Esqueça. É só pegar um ônibus para Baños e colocar a bicicleta no capô, o
que é muito comum. Em Baños, dá
para alugar mountain bikes por
US$ 4. Depois, é só pegar a estrada
e observar como a paisagem muda
deliciosamente a cada quilômetro.
Você sai das montanhas, com vegetação mais rasteira, muitas flores e rios de águas cristalinas, até
chegar à planície amazônica.
O cenário então cobre-se, algo
repentinamente, de um manto
verde. Aquele riozinho torna-se febril, adquirindo tons de terra e se
alargando.
Puyo, onde existe uma base dos
Peace Corps, dos EUA, catapulta
definitivamente o visitante para o
clima de floresta. Casas de madeira
e ruas de terra dão o toque final a
essa atmosfera cinematográfica.
No parque do rio Puyo, na cidade, você pode caminhar por trilhas
(molhadas, é claro) no meio da floresta, acompanhando o curso das
águas. Pontes pênseis de feições
antiquadas garantem o livre tráfego entre um margem e outra.
"Pueblito mio"
A maioria dos equatorianos ama
o lugar, uma espécie de Campos do
Jordão ou Petrópolis local. Com
apenas 16 mil habitantes, Baños
parece ter sido traçada para fins
turísticos, cercada por altíssimas
montanhas de onde se desprendem quedas d'água.
Uma meia dúzia de ruas estreitas, cheias de restaurantes, hotéis e
cafés moldam o "pueblito". Isso
sem falar nas salsotecas.
No Equador, as rádios são especialistas em salsa, merengue, rumba e derivados. Mesmo que você
não goste desses ritmos, ir a uma
salsoteca garante uma boa dose de
diversão. Os passos (há uma porção de regras) no início parecem
complicados, mas depois você pega no embalo. Os equatorianos
adoram ajudar os forasteiros e
dançam sem parar. Aproveite!
(CARLA ARANHA)
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