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É VERÃO
A capital da Campanha e terceira maior cidade da Itália cresceu à sombra do Vesúvio e possui história rica
Nápoles é solar, caótica e arrebatadora
do enviado especial à Itália
Terceira maior cidade da Itália e
um pólo industrial com mais de 1
milhão de habitantes, Nápoles,
que já foi "Neapolis" (Cidade
Nova), se renova a cada verão.
Solar, caótica e arrebatadora, a
metrópole do "Mezzogiorno" -
porção sul da Itália- cresceu
num golfo, à sombra do Vesúvio.
Capital da região da Campanha,
Nápoles entra em erupção na altura da Riviera di Chiaia, uma avenida paralela à Via Francesco Caracciolo, à beira do mar Tirreno.
Juntas, essas avenidas delimitam
a Villa Comunale, uma praça elegante mostrada nas infinitas gravuras e fotos antigas que retratam
Nápoles, com o Vesúvio ao fundo.
Não por acaso, o Aquário, de
1874, fica no centro dessa praça,
um passeio público de onde se
avista o Tirreno.
Quem caminha nas calçadas da
Via Francesco Caracciolo admira,
nos diversos molhes rochosos que
protegem a avenida do mar, os
inúmeros casais de namorados.
Logo que o verão desponta, os
napolitanos correm para essas pedras enormes, em busca de um lugar ao sol -e da vista do mar.
Na direção oeste fica o terminal
porto Sannazzaro, de onde partem
barcos modernos que, em poucos
minutos, ligam Nápoles às ilhas de
Capri e Ischia, e também Castellamare e Sorrento, dois dos mais
elegantes balneários da Costiera
Amalfitana, ao sul da metrópole.
Em torno desse porto pequeno e
agitado, mascateiam dezenas de
pescadores -e os peixes, crustáceos e polvos são vendidos vivos,
em bacias coloridas que tomam
conta da calçada.
Ao fundo, na direção oeste, a via
Francesco Caracciolo, plana, se
transforma na íngreme Via Posillipo, repleta de prédios decadentes.
O passeio, morro acima, revela o
panorama do golfo emoldurado
pelo Vesúvio, no outro extremo.
Rumo leste
Agora no verão, quando Nápoles fica ainda mais fervilhante,
convém esticar o passeio a pé na
direção oposta, partindo do Aquário, no centro da Villa Comunale,
até chegar, logo adiante, à elegante
Via Partenope.
Ali, a presença mágica do Castel
dell'Ovo, fortificação maciça que
parece flutuar, ao lado do porto de
Santa Lúcia, domina a paisagem.
Continuando a caminhada no
sentido leste, até a Via Nazário
Sauro, e seguindo em frente na direção da praça do Município, é a
vez de encontrar o Castel Nuovo,
ao lado do porto de Santa Lúcia.
Também chamado de Maschio
Angioino, esse forte medieval foi
edificado a partir de 1279, ganhando o contorno atual no século 15.
Lenda viva
Quando os gregos fundaram
Neapolis, em 470 a.C., essa cidade,
cuja história está envolta em lendas, já existia. Chamada anteriormente de Cuma e de Parthenope,
Nápoles viveu várias dominações
e cresceu como capital do Reino
das Duas Sicílias, de 1503 a 1734.
Em 1799, Nápoles se tornou uma
República, mas logo foi subjugada
pelas tropas de Napoleão.
Depois, em 1860, foi a vez de
Giuseppe Garibaldi invadir a cidade e anexá-la ao reino da Itália.
Inscrita nos castelos e no acervo
dos museus, a história rica e atribulada da metrópole está guardada no Museu Arqueológico Nacional. No acervo, destacam-se peças
de Herculano e Pompéia, soterradas em 79 d.C. pelo Vesúvio, o
mais ativo vulcão europeu.
Mas Nápoles também é a cidade
dos "scunizzi" (moleques) e dos
"guaglioni" (cantores), da malandragem e... da pizza!
As igrejas são inúmeras e o templo do consumo, a Galleria Umberto Primo, foi construído em
1887 e é uma de suas mais belas
salas de visita.
(
SILVIO CIOFFI)
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