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MENTES DE MINAS
Trilhas a quedas-d'água da região são percorridas com facilidade, embora sua localização seja difícil
Cachoeiras não têm infra nem sinalização
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Itabira tem 70% de suas terras
em relevo montanhoso, o que favorece a existência de mais de 200
cachoeiras na região. O ecoturismo está sendo aos poucos descoberto, mas é pouco desenvolvido.
Ainda não há nenhuma empresa
profissional operando na cidade.
Para os interessados, é sinal de
aventura certa.
Os destinos turísticos mais próximos ficam nos distritos de Ipoema, a 36 km do centro, e de Senhora do Carmo, a 32 km, onde
estão algumas das cachoeiras. O
acesso é por estrada de terra e, depois, por trilhas percorridas a pé.
São na maioria curtas e não oferecem grande dificuldade.
As estradas são boas e permitem a utilização de um carro comum em dias sem chuva; o difícil
é encontrar o destino final. Há algumas bifurcações e não há muitas placas de sinalização. Se você
tiver sorte, pode encontrar pessoas como Sebastião de Oliveira, o
Tãozinho, que nasceu em Senhora do Carmo e faz questão de viver
lá até hoje, apesar de trabalhar como chefe do Departamento de
Comércio e Turismo de Itabira.
"Todo mundo me conhece
aqui. Como legumes plantados
sem agrotóxico e cozinho meus
próprios alimentos. Levo uma vida tranquila", diz. Além de conhecer a região como ninguém,
ele faz o doce de leite mais famoso
da vizinhança. Mas só para os
amigos. E, como bom mineiro,
não irá negar uma oferenda.
O caminho para as cachoeiras
pode compensar a aventura: durante todo o trajeto é possível
avistar a área de preservação ambiental da serra do Cipó.
As casas que cercam as estradas
dão uma idéia do perfil socioeconômico dos 9% da população itabirana que ainda vive no meio rural. A maioria sobrevive da agricultura de subsistência e muitos
tomam ônibus em Carmo ou em
Ipoema para estudar ou trabalhar
em Itabira todos os dias.
O caminho mais curto para chegar aos distritos é pelas estradas
de terra, mas há a opção de pegar
estradas asfaltadas. Dos distritos
até as cachoeiras, só resta a terra
batida. Antes de iniciar o passeio é
bom se alimentar, pois não há infra-estrutura turística.
Partindo de Ipoema, o turista
tem acesso a pelo menos três cachoeiras. A Alta, de 70 m de altura, é o grande atrativo. Abaixo,
suas águas formam uma piscina
natural, cercada por rochas. A
água é límpida e a temperatura
média, de 18C.
A partir da piscina, as águas correm por entre as pedras, formando vários poços propícios para
banho. É possível acampar próximo à cachoeira (informações, tel.
0/xx/31/9963-6380).
A cachoeira do Meio, de aproximadamente 30 m, desce de uma
rocha da serra do Espinhaço, na
parte de trás da cachoeira Alta.
Para chegar a essa queda-d'água,
é preciso atravessar uma trilha
acima da cachoeira Alta.
A cachoeira do Patrocínio tem
pequeno porte e se transforma em
uma piscina rasa, forrada de cascalho e areia, o que dá um tom
alaranjado à água quando ela reflete os raios de sol. De todas as cachoeiras, é a que tem a trilha mais
perigosa: são 50 minutos vencendo pequenas corredeiras e chão
escorregadio.
Senhora do Carmo
A partir de Senhora do Carmo,
as melhores cachoeiras são a da
Boa Vista e a do Bongue. A Boa
Vista é uma corredeira com alguns saltos d'água de médio porte, localizada na estrada secundária entre Senhora do Carmo e
Ipoema. Há vários poços formados por pedras. Se você quiser
sossego, o ideal é ir durante a semana, porque ela é a mais visitada, até pelos próprios moradores
da cidade, porque o acesso é fácil.
A de acesso mais difícil, por causa da trilha íngreme, é a cachoeira
do Bongue. Pouca gente a conhece. Fica dentro da área de proteção que circunda o Parque Nacional da Serra do Cipó.
Itabira também oferece opções
para quem prefere um passeio
ecológico mais ameno. Ao lado
do Memorial Carlos Drummond
de Andrade, o pico do Amor pode
ser utilizado como mirante.
O Parque Municipal Poço da
Água Santa é outra opção de lazer,
com uma fonte de água com temperatura elevada, que brota de
fraturas nas rochas, devido ao
grau geotérmico do subsolo.
Outra opção é o Parque Ecológico Mata do Intelecto, com 213.000
m2 de área de lazer. No parque, fica o Orquidário Municipal.
(MD)
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