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MENTES DE MINAS
Início da carreira política, nos anos 30, foi difícil
Ideário do presidente foi forjado na juventude
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A juventude de JK em Diamantina foi fundamental para a elaboração de seu lema de governo presidencial "energia e transporte"
(1956-1961), segundo revelou em
várias entrevistas. Apelidado de
Nonó, JK viveu em Diamantina
até os 18 anos, com a mãe e a irmã,
Naná. Seu pai morreu de tuberculose quando ele tinha três anos.
Naquela época, a cidade só tinha escola particular. A mãe de JK
era professora e se responsabilizou pela educação primária dos
filhos. Como ela não tinha dinheiro para lhe pagar os estudos em
outra cidade, JK fez o curso de humanidades no seminário de Diamantina. Saiu de lá com 15 anos e
até os 18 estudou sozinho.
Em 1922, ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte
e formou-se em 1927. Três anos
mais tarde, passou alguns meses
em Paris, especializando-se em
urologia. "Quanto mais me dedicava à medicina, mais ela me
apaixonava. O material com que
se trabalha é a existência humana.
E os inimigos a combater são o
sofrimento e a morte", dizia. JK
atendia em Belo Horizonte. Era
casado e teve duas filhas.
Em 1934, ingressou na política
como chefe do gabinete do recém-nomeado interventor federal em Minas, Benedito Valadares. No mesmo ano, foi eleito deputado federal, mas perdeu o
mandato em 1937, com o Estado
Novo, voltando então a clinicar.
O começo da trajetória política
de JK foi uma fase difícil. Segundo
o seu amigo Leandro Costa, um
dos momentos mais complicados
foi se impor como líder político
em Diamantina. A ditadura quase
fez JK abandonar a política. O comerciante Laércio Lages, 65, tem
a cópia de uma carta que o presidente enviou a um amigo em 1938
dizendo que sua carreira política
tinha chegado ao fim.
Mas JK foi nomeado prefeito de
Belo Horizonte em 1940 e contou
com o arquiteto Oscar Niemeyer
para fazer várias obras na cidade.
Elegeu-se deputado à Assembléia
Nacional Constituinte de 1946 e
governador de Minas em 1950.
Em 1955, foi eleito à Presidência
da República, em cujo mandato
elaborou o Plano de Metas 50
Anos em 5, que gerou uma onda
desenvolventista. "O gigante, que
vivera deitado em berço esplêndido durante anos, abria, por fim,
os olhos para a vida", disse. Seu
governo implantou a indústria
automobilística em meio à estabilidade política. Para promover a
integração do país, JK transferiu a
capital para Brasília, construída
para esse fim. "Vivi naquele 21 de
abril de 1960 as maiores emoções
de minha vida."
No governo de seu sucessor Jânio Quadros, elegeu-se senador
por Goiás. Em 1964, teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos pelo regime militar
por dez anos. Morreu em 22 de
agosto de 1976, vítima de um acidente de carro na via Dutra.
(MD)
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