São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2001

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Guatemala abriga dois prêmios Nobel

DO ENVIADO ESPECIAL

Na Guatemala, onde através de antigas tradições a cultura se expressa de forma variada, a literatura contemporânea também se destaca. O nome mais expressivo é o de Miguel Ángel Asturias (1899-1974), ganhador, em 1967, do Prêmio Nobel de Literatura.
O escritor nasceu na capital. Ainda jovem se mudou para a cidade de São Marcos, onde formou-se em direito. Partiu então para a Europa. Morou em Londres e em Paris, mas foi em Madri, em 1930, que Asturias publicou "Leyendas de Guatemala".
De volta ao seu país natal, o escritor fundou a primeira rádio com conteúdo jornalístico do país. Durante os dez anos do período revolucionário (1944-1954), ocupou vários cargos diplomáticos, mas com a ascensão do regime ditatorial saiu novamente da Guatemala. Viveu em Buenos Aires, em Paris e em Palma de Mallorca, onde escreveu a maioria de seus livros, novelas e poemas.

Colaboração feminina
Outra personalidade guatemalteca que se destacou internacionalmente foi Rigoberta Menchú Tum, 42, que recebeu o Nobel da Paz em 1992.
"O maior tesouro que tenho na vida é a capacidade de sonhar. Nos momentos mais difíceis, nas situações mais duras e complexas, consigo sonhar com um futuro melhor", disse Menchú, a mais jovem mulher a receber o prêmio, pela incansável luta pelos direitos humanos, especificamente dos povos indígenas.
Por décadas Rigoberta pregou ações de combate à exclusão dos indígenas e divulgou, inclusive em debates internacionais, programas de preservação da identidade e de fortalecimento econômico da comunidade. Foi nomeada embaixadora da Boa Vontade, da Cultura e da Paz pela Unesco.
Rigoberta nasceu em 1959 em Chimel, uma pequena comunidade seguidora das tradições maias-quiché. Ainda pequena, ajudava a família no campo, quando seus pais e irmão morreram em confrontos armados. Na adolescência, já na capital, trabalhou como empregada doméstica.
Como muitos indígenas da Guatemala, sofreu com a miséria, a injustiça e a discriminação. Autodidata, revelou-se uma líder na defesa da causa indígena, com reconhecimento mundial. (FM)



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