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Guatemala abriga dois prêmios Nobel
DO ENVIADO ESPECIAL
Na Guatemala, onde através de
antigas tradições a cultura se expressa de forma variada, a literatura contemporânea também se
destaca. O nome mais expressivo
é o de Miguel Ángel Asturias
(1899-1974), ganhador, em 1967,
do Prêmio Nobel de Literatura.
O escritor nasceu na capital.
Ainda jovem se mudou para a cidade de São Marcos, onde formou-se em direito. Partiu então
para a Europa. Morou em Londres e em Paris, mas foi em Madri,
em 1930, que Asturias publicou
"Leyendas de Guatemala".
De volta ao seu país natal, o escritor fundou a primeira rádio
com conteúdo jornalístico do
país. Durante os dez anos do período revolucionário (1944-1954),
ocupou vários cargos diplomáticos, mas com a ascensão do regime ditatorial saiu novamente da
Guatemala. Viveu em Buenos Aires, em Paris e em Palma de Mallorca, onde escreveu a maioria de
seus livros, novelas e poemas.
Colaboração feminina
Outra personalidade guatemalteca que se destacou internacionalmente foi Rigoberta Menchú
Tum, 42, que recebeu o Nobel da
Paz em 1992.
"O maior tesouro que tenho na
vida é a capacidade de sonhar.
Nos momentos mais difíceis, nas
situações mais duras e complexas,
consigo sonhar com um futuro
melhor", disse Menchú, a mais jovem mulher a receber o prêmio,
pela incansável luta pelos direitos
humanos, especificamente dos
povos indígenas.
Por décadas Rigoberta pregou
ações de combate à exclusão dos
indígenas e divulgou, inclusive
em debates internacionais, programas de preservação da identidade e de fortalecimento econômico da comunidade. Foi nomeada embaixadora da Boa Vontade,
da Cultura e da Paz pela Unesco.
Rigoberta nasceu em 1959 em
Chimel, uma pequena comunidade seguidora das tradições maias-quiché. Ainda pequena, ajudava a
família no campo, quando seus
pais e irmão morreram em confrontos armados. Na adolescência, já na capital, trabalhou como
empregada doméstica.
Como muitos indígenas da
Guatemala, sofreu com a miséria,
a injustiça e a discriminação. Autodidata, revelou-se uma líder na
defesa da causa indígena, com reconhecimento mundial.
(FM)
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