São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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SP-454

De portuguesa a armênia, a gastronomia bomba na ZL

Café da manhã, bacalhau de primeira, iguarias armênias, cannoli de estádio, tem tudo nesses arredores

DA REPORTAGEM LOCAL

Se não quiser passear pela zona leste, vá ao menos comer lá. Esse é território de achados gastronômicos que valem a visita. Para começar o dia bem, um café da manhã demorado de feriado na doceria Di Cunto, há 72 anos na Mooca.
Dispense o pão de queijo e as frituras, que deixam a desejar. Se for para escolher um salgado, peça um croissant (R$ 6) e depois vá fundo nos doces, já que a confeitaria é a especialidade da casa.
O destaque é a zepolla de São João (R$ 4,50), uma rosquinha de massa frita recheada de creme com uma casquinha de castanha-de-caju e mel de laranjeira. A mágica é que o doce é levíssimo, e o creme deveria ser instituído como recheio obrigatório para todos os sonhos de padaria da cidade -de tão delicado que é. Dá para sair de lá com panetone de fabricação própria -vendido o ano todo- e almoço a tiracolo, escolhendo entre massas e carnes da rotisseria, na lateral da loja.

Almoço português
No restaurante Presidente é feito um dos mais aclamados pratos de bacalhau da cidade. São apenas seis opções, com preços que variam de R$ 89 a R$ 94 (porção individual, que serve duas pessoas). Há as versões para duas e quatro pessoas- estas servem até seis! Há 46 anos o bacalhau vem assim: consistente no meio e crocante por cima. A casa conserva o ambiente familiar, sem requintes e sem frescura.

Parada armênia
No Carlinhos Restaurante, no Pari, a pedida são arais, bastrmás, kaftas e michuís. A casa foi aberta há 37 anos por Missak Yaroussalian, 63 - sim, ele é o tal Carlinhos - e é tocada até hoje por ele, pela mulher e pelos filhos.
À primeira vista, você pode desconfiar de um lugar que serve massas, peixes, carnes e fez fama com a picanha fatiada. Mas vá em frente, porque o verdadeiro talento está nos pratos armênios. Para começar, arais (kafta prensada servida no pão sírio crocante) e bastrmá (carne bovina curada).
Quem quiser conhecer do que o restaurante é capaz deve juntar uma turma e encomendar com cinco dias de antecedência o carneiro à moda armênia (R$ 580), que sacia a voracidade de oito a dez glutões.

Doce com futebol
Opção mais amena são os cannoli vendidos no estádio Conde Rodolfo Crespi, do Clube Atlético Juventus, na Mooca. Conhecido por rua Javari, seu endereço, o estádio ainda tem cobertura de madeira nas tribunas e comporta apenas 7.000 pessoas - 4.000 menos que o ginásio do Ibirapuera.
A diferença é que não existe outro no país em que são servidos cannoli - plural da palavra italiana cannolo, que, em português significa canudinho. O doce siciliano de massa frita era originalmente recheado com mascarpone, frutas cristalizadas e raspas de chocolate. Com o tempo, outros recheios foram incorporados. Na rua Javari, seu Antonio Garcia é o vendedor "oficial" de versões com creme de baunilha e chocolate. Custa R$ 1 cada um. (HL e PPR)


DI CUNTO
Rua Borges de Figueiredo, 61/103, Mooca; tel.:0/xx/11/2081-7100;
www.dicunto.com.br

RESTAURANTE PRESIDENTE
Rua Visconde de Parnaíba, 2.438, Brás; tel.: 0/xx/11/6292-8683;
www.bacalhau2424.com.br

CARLINHOS RESTAURANTE
Rua Rio Bonito, 1.641, Pari; tel.: 0/ xx/11/3315-9474;
www.carlinhosrestaurante.com.br



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