|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP-454
De portuguesa a armênia, a gastronomia bomba na ZL
Café da manhã, bacalhau de primeira, iguarias armênias, cannoli de estádio, tem tudo nesses arredores
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não quiser passear pela
zona leste, vá ao menos comer
lá. Esse é território de achados
gastronômicos que valem a visita. Para começar o dia bem,
um café da manhã demorado
de feriado na doceria Di Cunto,
há 72 anos na Mooca.
Dispense o pão de queijo e as
frituras, que deixam a desejar.
Se for para escolher um salgado, peça um croissant (R$ 6) e
depois vá fundo nos doces, já
que a confeitaria é a especialidade da casa.
O destaque é a zepolla de São
João (R$ 4,50), uma rosquinha
de massa frita recheada de creme com uma casquinha de castanha-de-caju e mel de laranjeira. A mágica é que o doce é levíssimo, e o creme deveria ser
instituído como recheio obrigatório para todos os sonhos de
padaria da cidade -de tão delicado que é.
Dá para sair de lá com panetone de fabricação própria
-vendido o ano todo- e almoço a tiracolo, escolhendo entre
massas e carnes da rotisseria,
na lateral da loja.
Almoço português
No restaurante Presidente é
feito um dos mais aclamados
pratos de bacalhau da cidade.
São apenas seis opções, com
preços que variam de R$ 89 a
R$ 94 (porção individual, que
serve duas pessoas). Há as versões para duas e quatro pessoas- estas servem até seis!
Há 46 anos o bacalhau vem
assim: consistente no meio e
crocante por cima. A casa conserva o ambiente familiar, sem
requintes e sem frescura.
Parada armênia
No Carlinhos Restaurante,
no Pari, a pedida são arais,
bastrmás, kaftas e michuís.
A casa foi aberta há 37 anos
por Missak Yaroussalian, 63 -
sim, ele é o tal Carlinhos - e é
tocada até hoje por ele, pela
mulher e pelos filhos.
À primeira vista, você pode
desconfiar de um lugar que serve massas, peixes, carnes e fez
fama com a picanha fatiada.
Mas vá em frente, porque o
verdadeiro talento está nos
pratos armênios. Para começar, arais (kafta prensada servida no pão sírio crocante) e
bastrmá (carne bovina curada).
Quem quiser conhecer do
que o restaurante é capaz deve
juntar uma turma e encomendar com cinco dias de antecedência o carneiro à moda armênia (R$ 580), que sacia a voracidade de oito a dez glutões.
Doce com futebol
Opção mais amena são os
cannoli vendidos no estádio
Conde Rodolfo Crespi, do Clube Atlético Juventus, na Mooca. Conhecido por rua Javari,
seu endereço, o estádio ainda
tem cobertura de madeira nas
tribunas e comporta apenas
7.000 pessoas - 4.000 menos
que o ginásio do Ibirapuera.
A diferença é que não existe
outro no país em que são servidos cannoli - plural da palavra
italiana cannolo, que, em português significa canudinho.
O doce siciliano de massa frita era originalmente recheado
com mascarpone, frutas cristalizadas e raspas de chocolate.
Com o tempo, outros recheios foram incorporados. Na
rua Javari, seu Antonio Garcia
é o vendedor "oficial" de versões com creme de baunilha e
chocolate. Custa R$ 1 cada um.
(HL e PPR)
DI CUNTO
Rua Borges de Figueiredo, 61/103,
Mooca; tel.:0/xx/11/2081-7100;
www.dicunto.com.br
RESTAURANTE PRESIDENTE
Rua Visconde de Parnaíba, 2.438,
Brás; tel.: 0/xx/11/6292-8683;
www.bacalhau2424.com.br
CARLINHOS RESTAURANTE
Rua Rio Bonito, 1.641, Pari; tel.: 0/
xx/11/3315-9474;
www.carlinhosrestaurante.com.br
Texto Anterior: Música feita em duas gerações fala dos "bons tempos" do Brás Próximo Texto: SP-454: Aos 92, Diva Bresser refaz a história de sua família Índice
|