|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Palestra ensina como se portar
DO ENVIADO ESPECIAL A ANGRA
Num auditório, clima universitário e bom humor, afinal, o assunto é basicamente sexo. Assim
são as palestras de Sergio Savian,
terapeuta corporal e autor de vários livros sobre relacionamentos
amorosos. Entre eles, títulos como "Paquera: Guia Prático da
Conquista" e "Que Delícia: Paquera e Sexo de Qualidade".
Os temas abordados vão da paquera pura e simples, passando
pela aproximação, até a manutenção do relacionamento amoroso.
A seguir, ele dá dicas de como se
portar em uma viagem em "busca
da alma gêmea". (LUÍS PEREZ)
Folha - Como é melhor se comportar numa viagem "just for singles"?
Sergio Savian - O que faz de você
um bom conquistador não é uma
postura ensaiada, mas a sua naturalidade. Por isso, em uma viagem, é mais fácil se aproximar de
alguém se você for espontâneo.
A seu favor já existe o fato de
que todos os que estão ali têm
uma disponibilidade a priori para
conhecer gente nova e se relacionar. Por isso não force a barra. Relaxe, seja você mesmo e fique
aberto para contatos.
Folha - O que a pessoa deve fazer
se estiver a fim de arrumar um namorado ou uma namorada?
Savian - Vontade de amar, de se
relacionar, todos nós temos, o que
falta é habilidade para isso. Vejo
muitas pessoas que sofrem por se
acharem inaptas para chegar a alguém e não se autorizam para o
início de uma conversa. No geral,
muitos se protegem o tempo todo, não permitindo que se estabeleça a intimidade.
Folha - Muitas dessas viagens
têm muito mais mulheres do que
homens. Qual é seu conselho para
que as mulheres não sintam que
entraram numa roubada?
Savian - Conheço mulheres que
se dão melhor na paquera que outras. Na minha opinião, vencem
as que conseguem uma boa empatia com o universo masculino.
Existe a mulher que fica reclamando dos homens, dizendo o
tempo todo que eles não querem
saber de nada, que são covardes.
Esse é um tipo de atitude que a
afasta do homem que ela tanto
quer. O meu convite é para que as
mulheres tentem se aproximar
dos homens com mais habilidade, com vontade de entender o
ponto de vista deles.
Folha - Numa viagem, as pessoas
se soltam mais do que o habitual?
Como diferenciar o gostar de verdade de um momento de ilusão?
Savian - Tem aquele velho ditado que diz que amor de praia não
sobe a serra. Mas nem sempre isso é verdade. Vai depender da
vontade e da capacidade dos dois
para continuar a relação. Quando
viajamos, nos desocupamos da
nossa mente tensa, que muitas vezes só pensa em problemas e não
abre espaço para o prazer.
Ao viajar, você entra em outro
canal. Fica mais aberto para o desconhecido, abaixa a guarda, relaxa e fica mais próximo de um espaço dentro de si mesmo, mais
propenso para o amor. O problema é quando, depois da viagem,
você se fecha novamente.
Folha - Senti, ao me apresentar
como jornalista durante a viagem,
um tratamento hostil. Muita gente
não quis ser entrevistada. Será que
elas têm vergonha da situação?
Savian - Todo mundo tem suas
vergonhas e ninguém gosta que
elas sejam expostas publicamente. É muito fácil encontrar um solteiro com vergonha de estar só.
A cobrança para que você esteja
namorando ou casado ainda é
muito grande. Eu imagino que
uma pessoa que frequenta essas
viagens "for singles" tem lá seus
motivos para esconder esse fato.
Aparecer numa matéria jornalística seria quase uma declaração
de uma condição que, no fundo,
não lhe é tão confortável assim.
Texto Anterior: Agências "for singles" não garantem namoro Próximo Texto: Ecoturismo colonial: Esportes de aventura sacodem Parati Índice
|